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Vereadora de Mato Grosso se diz surpresa com repercussão e reavalia voto


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A vereadora Michelly Alencar (DEM), que votou a favor da criação do Dia do Orgulho Hétero em Cuiabá, admitiu que está reavaliando o seu posicionamento para a segunda votação da matéria, que ocorrerá após o recesso parlamentar.

Michelly e outros 14 vereadores votaram pela aprovação do projeto do vereador Tenente-Coronel Marcos Paccola (Cidadania), na semana passada, em primeira votação. Apenas Edna Sampaio (PT) votou contrário.

A vereadora afirmou nesta quinta-feira (30) que se surpreendeu com a repercussão e polêmica em torno do projeto. Ela relembrou que, no dia da votação, pensou em votar contra, mas foi convencida pelo colega da bancada conservadora.

Ouvindo o Paccola, eu me sensibilizei. Mas ouvi outras pessoas que se sentiram muito menosprezadas e eu fiquei chateada, porque esse não é meu perfil

“Eu saí do gabinete disposta a votar contra. Achei que o projeto não tinha cabimento, não tinha necessidade ou relevância e que eu ia me abster”, disse.

Michelly ressaltou que tanto ela quanto Paccola defendem pautas conservadoras e quando ele falou da valorização da família e da situação passada pelo filho na escola, ela se sensibilizou e pensou que o projeto não iria prejudicar a ninguém.

“Pensei: mal não vou fazer a ninguém. E ele defende aquilo que eu acredito também. Ele falou da história do filho dele na escola, que estava passando por uma situação difícil porque no grupo lá os meninos tinham que beijar meninos e meninas. Toda a história que me comoveu como mãe e eu votei a favor”, afirmou.

“O que eu não imaginava era que esse projeto iria fazer com que a classe LGBTQIA+ se sentisse tão ofendida. Eu achei que não ofenderia porque não estamos indo contra outra classe, estamos indo a favor de outra”, justificou.

Segundo Michelly, ao ver a repercussão, manifestações nas redes sociais e questionamento de amigos, passou a refletir sobre o porquê da população LGBTQIA+ ter se sentido ofendida com a pauta.

Ela ressaltou que as pautas defendidas por ela são de direita, mas que preza pelo respeito e pela representatividade e passou a repensar a sua postura ao ver que poderia ter desrespeitado uma classe e que a tendência é que se manifeste contrária à pauta na segunda votação.

“Ouvindo o Paccola, eu me sensibilizei. Mas ouvi outras pessoas que se sentiram muito menosprezadas e eu fiquei chateada, porque esse não é meu perfil. Eu talvez não tenha reavaliado todos os lados naquele momento”, disse.

“Nunca tive problema com ninguém e não vai ser agora que vou gerar. Por mais que vivemos momentos de extremas polarizações na política, e eu seja uma vereadora que representa um nicho, sempre prezei pelo respeito e para que cada um tenha as suas lutas bem definidas, respeitadas e garantidas”, completou.

Midianews.com.br

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