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Medicina

Variante Ômicron: o que revela a primeira imagem produzida por cientistas


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Neste domingo (28), cientistas do hospital italiano Bambino Gesù, em Roma, divulgaram a primeira imagem da variante Ômicron do coronavírus. Detectada inicialmente na África do Sul, essa versão do Sars-Cov-2 foi classificada como “de preocupação” pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e vem sendo analisada com mais atenção.

“Nós podemos ver claramente que a variante Ômicron apresenta muito mais mutações do que a Delta, concentradas sobretudo em uma área da proteína que interage com as células humanas”, explicaram os especialistas em comunicado, conforme noticiado pela agência internacional AFP. Para chegar ao resultado, eles se basearam nas sequências da nova versão do vírus obtidas no Botsuana, na África do Sul e em Hong Kong.

A imagem tridimensional foi gerada com um foco específico: os pesquisadores queriam procurar mutações na proteína spike. É justamente essa estrutura que o coronavírus utiliza para se prender nas nossas células e, assim, invadi-las. Ela também é um dos principais alvos dos anticorpos neutralizantes produzidos pelo organismo para bloquear o vírus.

Os profissionais ressaltam que a quantidade de mudanças não necessariamente implica que o patógeno é mais perigoso. Isso significa apenas que ele se adaptou ainda mais à espécie humana. “Outros estudos irão nos dizer se essa adaptação é neutra, mais nociva ou menos nociva”, afirma a equipe.

“A imagem, que representa um mapa de todas as variações, descreve as mutações da Ômicron, mas não define o seu papel”, reforça Claudia Alteri, professora de Microbiologia Clínica na Universidade Estadual de Milão e pesquisadora no Bambino Gesù.

Apesar de mais investigações serem necessárias para determinar se a nova variante pode ser mais transmissível ou apresentar escape vacinal, por exemplo, os cuidados que devem ser tomados já são velhos conhecidos: ter todas as doses de imunizante em dia, usar máscaras e evitar aglomerações.

Além disso, o caso serve de alerta para a urgência de combater a desigualdade mundial no acesso à proteção contra a Covid-19 e viabilizar uma alta cobertura vacinal no planeta inteiro. A OMS tem reafirmado: “ninguém está seguro até todos estarmos seguros”.

Revistagalileu.globo.com

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