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Vacinação contra raiva é única forma de combater focos, alerta Idaron


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A raiva não tem cura, logo, a vacinação é a única forma de conter os focos da doença e garantir um rebanho saudável. O alerta é feito pela Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron) que, nos últimos dois meses, registrou quatro focos da zoonose na região de Nova Brasilândia D’Oeste, no interior do estado.

O primeiro foco foi identificado no último mês de julho, através da notificação de médico veterinário autônomo a Agência Idaron. Segundo a notificação, uma vaca apresentava sinais clínicos neurológicos que caracterizam a doença. O animal morreu. O sistema nervoso central foi submetido a exame de raiva, em laboratório credenciado, e o resultado foi positivo. Os bovinos da propriedade não eram vacinados contra raiva e não houve relatos de mordedura de morcego, embora, nem sem sempre é possível visualizar ferimentos causados pelos ataques de morcegos.

Imediatamente, após a identificação do primeiro foco, os técnicos da Idaron iniciaram a aplicação de medidas sanitárias em áreas de foco e perifoco, com o objetivo de controlar e prevenir a ocorrência de novos focos da doença, conforme preconizado pelo Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

A área de perifoco abrangeu outros dois municípios: Alvorada D’Oeste e São Miguel do Guaporé. A unidade de Nova Brasilândia D’Oeste, em conjunto com a Supervisão Regional de Rolim de Moura e equipes das regionais de Ji-Paraná e São Francisco, com a Coordenação Estadual do Programa de Raiva, implementaram várias ações: investigação epidemiológica na propriedade de origem, análise de trânsito dentro do período de incubação da doença e notificação de produtores rurais para vacinação focal e perifocal, abrangendo todos os herbívoros existentes nas propriedades em um raio de até 12 quilômetros, respeitando-se a topografia local.

EDUCAÇÃO SANITÁRIA

Também foi feito registro de comunicação de vacinação em área focal e perifocal, intensificação de educação sanitária sobre prevenção da raiva e comunicação da suspeita de animais doentes à Idaron, intensificação do controle de transmissores na área de foco e perifoco, intensificação da busca de abrigos de morcegos hematófagos e atendimento a casos suspeitos de raiva dos herbívoros, com coleta de material para análise laboratorial dos animais que vierem a óbito. “Houve ainda há notificação à Secretaria Municipal de Saúde para ações relativas à saúde humana”, destacou o presidente da Idaron, Júlio Cesar Rocha Peres.

Durante as ações no foco e perifoco, em agosto, foram identificados outros três focos no mesmo município. Os produtores rurais notificaram à Idaron que havia animais com sinais clínicos neurológicos em suas propriedades e resultaram positivo para raiva. As propriedades eram próximas ao primeiro foco identificado. Adoeceram um bezerro de três meses e dois equinos adultos. “Todos esses animais foram vacinados contra raiva na ação preventiva ao foco, em 23 de julho. O aparecimento de animais doentes recentemente vacinados é esperado, visto que, a doença, apresenta um longo período de incubação”, salienta Júlio Cesar.

Segundo ele, geralmente, os casos espontâneos ocorrem entre 30 a 60 dias após a infecção, mas o período pode ser ainda mais longo, chegando a 190 dias em casos experimentais em equinos. Não houve relatos de mordedura de morcego. “Essa constatação é importante que seja explicada, pois muitas vezes o local da mordedura não é visível ao produtor rural ou ocorrem em locais em que os vestígios de sangue saem quando os animais se movimentam pelo capim com orvalho”, destacou.

Além disso, devido ao longo período de incubação da doença, os sinais de espoliação por morcegos hematófagos estão cicatrizados quando do aparecimento dos sinais clínicos. Desta forma, a não observação de mordedura, não exclui a ocorrência de morcegos hematófagos na região. Há abrigos de morcegos hematófagos cadastrados pela Idaron no município. “Espera-se que os focos sejam controlados com as medidas aplicadas e que em um período de 90 dias não ocorram novos casos”.

RAIVA

A raiva é uma zoonose, que acomete mamíferos em geral. É causada pelo vírus do gênero Lyssavirus e não tem cura. É transmitida pelo contato direto com a saliva ou através de mordidas ou arranhaduras de um animal infectado.

Os animais de produção podem contrair a doença quando espoliados por morcegos hematófagos. Apresentam mais comumente a raiva paralítica, sendo os sinais clínicos mais marcantes o isolamento do rebanho, dificuldade para engolir (sugerindo que esteja engasgado), andar cambaleante, dificuldade para se levantar, decúbito, opistótono e movimentos de pedalagem. Não há tratamento e a prevenção é feita através da vacinação anual dos animais.

Surtos da doença expõem as pessoas que lidam com os animais ao risco de contraírem uma doença fatal e causam prejuízo econômico devido à morte dos animais doentes. Ações estratégicas são realizadas pelo Serviço Veterinário Oficial em conjunto com a comunidade rural e os médicos veterinários autônomos e de outras instituições com o objetivo de controlar a raiva dos herbívoros no Brasil.

ALERTA

É importante que produtores rurais, médicos veterinários e outros profissionais da área de ciências agrárias e da saúde, continuem empenhados em fortalecer a sanidade do rebanho rondoniense, assim como a saúde pública.

No caso da raiva, a principal forma deste fortalecimento é a notificação à Idaron da ocorrência de animais doentes com sinais clínicos neurológicos, para que as medidas de controle e prevenção possam ser aplicadas.

Vale ressaltar que o atendimento à notificação e os exames clínicos laboratoriais não geram custos ao produtor rural e que a identificação de foco na propriedade não acarreta em punições como aplicação de multa e não há interdição da propriedade ou sacrifício do rebanho. A Idaron está à disposição da comunidade para prestar informações e

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