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Uso excessivo de equipamentos de mídia está associado à alterações da estrutura cerebral


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Nos últimos anos o desenvolvimento tecnológico tem nos oferecido um sem número de equipamentos eletrônicos que nos mantem cada vez mais conectados. Sao os computadores com a internet mais veloz, telefones celulares cada vez mais sofisticados, TVs enormes e com padroes de imagens irresistíveis, tablets em que você pode degustar um livro ou ler seu jornal predileto num click.

Boa parte desta parafernália é de grande auxílio, seja no trabalho, no lazer ou no estabelecimento de comunicações rápidas e relações sociais. No entanto, esta ultraconexão – que leva muitas pessoas a usarem vários equipamentos ao mesmo tempo e não conseguirem mais desgrudar deles, sob pena de sofrerem uma “síndrome de abstinência” – tem levantado alguns questionamentos por pesquisadores da área da saúde. Este comportamento de estar sempre conectado tem sido associado à consequências negativas tanto no aspecto psicossocial quanto no cognitivo e emocional.

No último dia 24 de setembro foi publicada na revista científica PLoS One, uma pesquisa que investigou uma possível associação entre padrões de uso de aparelhos de mídia e alterações estruturais em regiões cerebrais responsáveis pelo controle da cognição, memória e capacidade de planejamento e emoções. Os pesquisadores utilizaram um exame de imagem dinâmico chamado de Ressonância Magnética Funcional para examinar estruturas cerebrais de 75 pessoas com diferentes padrões de uso de equipamentos de mídia.

Os resultados revelaram que as pessoas que usam com mais frequencia múltiplos aparelhos de mídia, muitas vezes ao mesmo tempo, apresentam menor densidade na substância cinzenta em uma regiao do cérebro chamada de córtex cingulado anterior, quando comparados com pessoas que utilizam aparelhos ocasionalmente. Esta regiao é responsável pelos processos de controle do comportamento, cognição e emoções e é consistentemente associada com estados de depressão e bipolaridade.

O estudo não demonstra qual é o sentido da causalidade, ou seja, não prova se é o uso excessivo de equipamentos que leva a alterações estruturais desta região ou pessoas com estas alterações estruturais tendem a usar mais aparelhos de mídia. Apesar desta dúvida, estes resultados juntam-se a estudos prévios que mostram uma ligação do uso demasiado de equipamentos com ansiedade, depressão e desatenção.

Enquanto isto não é definitivamente esclarecido, seria prudente dar uma controlada no excesso de conexões.

O cérebro agradece!

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