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Tumores no coração realmente existem?


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As doenças cardiovasculares e os cânceres estão no topo da lista das principais causas de morte, não apenas no Brasil, como em todo o mundo. No entanto, dificilmente se ouve falar de um diagnóstico que relacione um câncer ao coração. Mas mesmo sendo pouco conhecidos, os tumores cardíacos existem e quase sempre demoram a ser diagnosticados, já que os portadores da doença costumam ser assintomáticos.

O cirurgião cardiovascular, Dr. Marcelo Sobral, explica que a condição é bem rara e, por isso, quase não se houve falar dela. “A maioria dos casos de tumores cardíacos estão ligados a metástases de tumores originados em outros órgãos e que, em um estágio mais avançado, afetaram também o coração. Mas é possível que o tumor tenha origem nos tecidos musculares do coração, devido a alguma mutação no processo de crescimento e divisão das células do corpo, mas na maioria dos casos são benignos”, conta o especialista.

De acordo com o cirurgião, a baixa incidência da doença se dá por causa do tecido muscular que compõe o órgão. Ao contrário de outras partes do corpo, as células do coração encerram o ciclo de divisão muito cedo e sem essa divisão celular, as chances de haver uma multiplicação das células, que é justamente o que caracteriza o câncer, tornam-se muito menores.

“Diferentemente de outras cardiopatias, o tumor cardíaco não segue um padrão, afetando pessoas de determinada idade, sexo ou hábitos de vida. Ele pode acometer qualquer indivíduo e como a maioria não apresenta sintomas, a suspeita só surge quando alguma anormalidade aparece em um eletrocardiograma, por exemplo”, afirma Sobral.

Nos casos em que o paciente apresenta sintomas, segundo o médico, eles costumam variar entre falta de ar e perda da capacidade física, insuficiência cardíaca súbita, arritmias ou queda súbita da pressão arterial, até uma embolia ou um derrame, sintomas comuns de outras doenças. Quanto ao tratamento, ele ressalta que varia de acordo com o tipo, extensão ou localização dos tumores. “Pode ser indicada a retirada do tumor, sessões de quimioterapia e de radioterapia, além das medicações específicas para retardar a progressão da doença e conter os sintomas”, conclui.

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