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TRIGO: Risco de geada e neve põe em alerta produtores no Sul do Brasil


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Apesar de os modelos meteorológicos afirmarem que esta massa de ar polar será menos intensa que ocorreu na primeira semana de julho, ela pode provocar estragos em muitas lavouras, especialmente as que estão em fase mais avançada de desenvolvimento.

Frente fria – De acordo com o Somar Meteorologia, uma frente fria seguida de uma área de alta pressão deve chegar na sexta (02/08), com potencial para provocar geada – e até neve – em todo o Centro Sul do Brasil, derrubando as temperaturas. “Mas ela pode perder intensidade ou se dirigir para o oceano e não impactar com tanta força a agricultura. Em pontos mais altos do Sul o frio vai ser mais intenso”, revela a meteorologista Heloisa Pereira.

Fatores – Segundo ela, para que ocorram geadas é preciso três fatores: baixa temperatura (abaixo de 5°C); noite de céu aberto; e pouco vento. No caso de neve, além da ocorrência dos mesmos fatores da geada, é preciso também que haja nuvens de chuva, o que pode acontecer na sexta-feira, pois isso a possibilidade de nevar.

Probabilidade grande – Para o meteorologista Luiz Renato Lazinski, a probabilidade de neve é grande e pode chegar até a Região Metropolitana de Curitiba (PR). “Vai ser geada praticamente generalizada, mais fraca só no Litoral do Paraná e moderada no Noroeste do estado. Em outras áreas vai ser de moderada a forte, inclusive no Norte Pioneiro, pegando um pouco do sul de SP e do MS. Mas não vai afetar as plantações de café no norte de SP e no sul de Minas”, diz o especialista. As temperaturas mínimas, segundo ele, podem chegar a -4°C em Guarapuava, no Centro-Sul do PR, 0°C em Cascavel, no Oeste, e em Apucarana (Norte).

Dúvidas – De acordo com o Climatempo, ainda há dúvidas se a massa de ar frio será mais intensa ou não do que a onda de frio que passou pelo Brasil entre 5 e 10 de julho. De qualquer forma, a nova frente deve trazer neve para o Sul. “A chance de voltar a nevar no Sul do Brasil é prevista para a sexta-feira (2 de agosto) nas serras do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e também no Planalto Sul catarinense. A previsão inicial é de que a neve ocorra a qualquer hora deste dia. A região de Bom Jesus (RS), São José dos Ausentes (RS), São Joaquim (SC), Urupema (SC), Urubici (SC) e também Lages (SC) estão entre as cidades com possibilidade de ver a neve cair”, informou o instituto meteorológico.

RS e SC – Para o Rio Grande do Sul e o meio oeste catarinense, Lazinski prevê “neve em todo canto”. As plantações localizadas nos pontos mais altos devem ser mais afetadas. No Paraná, a região Oeste do estado é a que mais preocupa, por ter trigo em fase mais suscetível, segundo ele. “Mas é natural, pois estamos em pleno inverno e de agosto até o começo de setembro o fenômeno é normal. Só que esse vai ser muito forte”, pontua. O meteorologista afirma ainda que neste ano o frio não terá influência de El Niño ou La Niña. Após a chuva que ocorreu no final de maio, de lá para cá, não houve mais precipitações significativas.

Lavouras em pleno desenvolvimento – No entanto, de acordo Heloisa Pereira, o frio intenso deve afetar apenas as lavouras de trigo, aveia e canola cujas plantas estão em fase plena de desenvolvimento – algo em torno de 30% delas. “Cerca de 70% das lavouras de inverno estão em fase de germinação, ou seja, em fase bem inicial de desenvolvimento, que não alcançou o estágio de maior risco de ser afetada pela geada. Mas pode haver perdas sim, principalmente no trigo que está em fase de desenvolvimento, vai depender do estágio de cada lavoura.”

Milho segunda safra – As áreas de milho segunda safra não preocupam tanto, segundo a meteorologista, pois como a grande maioria está em fase de colheita os danos seriam pequenos, no máximo queimando as folhas da planta sem afetar o grão. “A menos que lavoura esteja muito atrasada”, observa. No caso do café, a especialista diz que os possíveis efeitos do inverno só poderão ser observados na primavera, quando ocorre a florada das plantas.

Danos – E, ao contrário do que se possa imaginar, não é a neve o que mais preocupa, e sim a geada. “Como a neve vem acompanhada de umidade, os danos na planta costumam ser menores”, explica Hugo Godinho, analista do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral). Segundo ele, hoje 2/3 das lavouras de trigo do estado estão suscetíveis à geada, pois estão em fase de floração ou frutificação até a etapa de secamento do grão. Godinho lembra que as geadas de julho passado já comprometeram 16% da produção do cereal no Paraná, especialmente da região Oeste.

Frio aguardado – O frio invernal, no entanto, já era aguardado pelos produtores. Áreas de trigo na Serra Gaúcha, por exemplo, costumam plantar o trigo mais tarde, prevendo o frio intenso dessa época do ano e evitando perdas, conforme observa Heloisa. Mais perigoso, seria uma geada fora de época, que pegue os produtores de surpresa. De acordo com o Somar, ainda está prevista uma onda de frio para o final de agosto, mas menos intensa do que as anteriores. Em julho deste ano, a queda nas temperaturas foi recorde em 6 anos no Centro-Sul do Brasil e não devemos ter outro frio tão intenso para a agricultura até o próximo inverno.

Risco – Godinho afirma que só será possível saber o grau de risco para a produção agrícola do Sul 72 horas antes do evento climático, seja geada ou neve. “A princípio esta geada não deve ser tão intensa quanto a anterior, mas somente próximo da data é que vamos ter os primeiros alertas mais factíveis”, reitera. Quanto mais baixa for a temperatura e a exposição das plantas à geada, na mesma noite, maior será o estrago, explica o analista do Deral. No caso de duas geadas consecutivas, mas de intensidades mais baixas, o efeito não seria tão catastrófico.

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