Saúde
Três semanas sem fumar já traz benefícios para pulmão e circulação
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O tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o hábito de fumar mata mais de sete milhões de pessoas por ano. Para diminuir este número, a OMS idealizou, em 1987, o Dia Mundial Sem Tabaco, comemorado em 31 de maio.
Uma pesquisa do Institute for Health Metrics and Evaluation aponta que, de 1980 a 2015, a população de fumantes no Brasil reduziu de 25% para 10%. Isso porque, até 1990, havia propagandas que relacionavam o cigarro à sofisticação, à liberdade e ao status social. A aceitação social e o fácil acesso a essa droga são fatores que, até hoje, influenciam pessoas a aderir ao hábito de fumar.
“As chances de desenvolver câncer de pulmão para pessoas que fumam de um a nove cigarros por dia, ou seja, fumante leve, são seis vezes maior do que para os não-fumantes”, explica o Dr. Hercílio Pereira Junior, psiquiatra e gerente médico da NotreDame Intermédica. Quem convive com tabagistas também é exposto a riscos e tem 30% de chances de desenvolver a doença, mesmo não fumando. Já o risco de doenças respiratórias em crianças é de 50%. “Parar de fumar sempre vale a pena, em qualquer momento da vida, mesmo que o fumante já esteja com alguma doença causada pelo cigarro”, reforça o especialista.
Segundo a psicóloga Anay Arraiol, do Grupo NotreDame Intermédica, fumar é um comportamento aprendido e reforçado diariamente, e pode ser desencadeado e mantido por determinadas situações e emoções. “Para deixar este vício é preciso ficar atento aos gatilhos e evitá-los quando possível. Se o tabagista fuma toda vez que toma café, ele pode cortar essa bebida do cotidiano ou tomar um copo d’água bem gelada em vez de fumar. Mascar uma folha de hortelã ou um cravo, definir metas e iniciar atividades físicas são ações que também podem ajudar. É preciso força de vontade porque a abstinência dura de duas a quatro semanas, mas parar de fumar já traz benefícios a curto prazo. Ficar longe do tabaco por 3 semanas melhora a respiração e a circulação, e já um ano sem fumar diminui pela metade o risco de morte por infarto do miocárdio”, revela a profissional.
O uso de medicamentos pode ajudar com os sintomas da abstinência, mas não é recomendado como único tratamento. Os métodos contra o tabaco mais indicados são aqueles que promovem a desconstrução de práticas vinculadas ao ato de fumar e são feitos por meio de intervenções cognitivas, ou seja, mudanças nos pensamentos e treinamentos comportamentais.
“Prepare sua mente para o primeiro dia do resto da sua vida. Você poderá até fazer uma pequena cerimônia quando fumar o último cigarro”, indica a psicóloga.