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Tralhadores brancos abrecebem 69% a mais do que pretos no AM, aponta estudo


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No Amazonas, os trabalhadores brancos recebem, em média, 69,3% a mais do que os pretos, conforme um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O levantamento também aponta desigualdade racial na taxa de pessoas empregadas e desocupadas.

De acordo com o IBGE, o estudo foi feito entre 2012 e 2019. Ele aponta que a renda mensal dos trabalhadores brancos é, em média, de R$ 3.265, enquanto a dos pretos é de R$ 1.833.

Além disso, em 2019, a taxa de desocupação foi de 9,3% para brancos, e 13,6% para pretos e pardos. Entre as pessoas que atuam na informalidade, o percentual de brancos é de 34,5%, já entre os pretos ou pardos, o resultado chegou a 47,4%.

A psicóloga Lígia Duque, que trabalha em uma empresa de recrutamento, conta que essa diferença salarial é histórica e que se perpetua pela forma de contratação – que leva em consideração o último salário. Para ela, isso torna a diferença de valores um círculo sem fim.

“É necessário que haja uma conscientização para que a remuneração seja aquela remuneração justa para a atividade que vai ser desenvolvida, e não a negociação com base na remuneração anterior da pessoa”, explicou.

Lígia também contou que chegou a ser vítima de racismo no ambiente de trabalho.

“Ao final do processo, um gestor na área de Recursos Humanos disse que precisava falar comigo antes de eu ser contratada, e ela me disse assim: ‘olha, você foi aprovada, mas eu quero lhe dizer uma coisa – eu não quero nenhum negro aqui na empresa, você deve ter visto que aqui não tem negros’. E eu perguntei a ele: ‘mas por que você está me contratando?’. E ele disse: ‘porque você é uma negra, com traços de branco'”, lembrou.

A advogada Ana Carolina de Messias, que preside a Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Amazonas (OAB/AM), afirma que é preciso que as pessoas não só falem sobre o racismo, mas adotem medidas antiracistas.

“Se uma pessoa negra é vítima de discriminação racial no ambiente de trabalho, seja durante um processo seletivo, seja já no curso do contrato de trabalho, ela pode recorrer tanto a Justiça do Trabalho quanto ao Ministério Público do Trabalho, pra denunciar situações de discriminação racial”, orientou.

*Com colaboração de Lane Gusmão, da Rede Amazônica.

G1
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