Rondônia
Trabalho de combate ao nematoide das galhas garante proteção das lavouras de café de Rondônia
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Rondônia é o segundo maior produtor de café robusta do Brasil, com classificação de destaque em vários concursos de qualidade do café. No último dia 20, por exemplo, a cafeicultura rondoniense despontou no ranking nacional, no concurso ‘Coffee of The Year 2020 (COY)’, que reúne os melhores cafés do Brasil.
Ediana Capich, do sítio Santo Antônio, em Novo Horizonte do Oeste, foi premiada em primeiro lugar na categoria menção honrosa ‘Fermentação Induzida para Canéfora’. A vencedora ficou entre as finalistas com mais três mulheres e um indígena do Estado de Rondônia.
Um orgulho para a agricultura da região, mas o que não pode ser ignorado é que destaques como esse só são possíveis porque o Governo do Estado, por meio da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril (Idaron), realiza um rigoroso trabalho de combate ao nematoide do gênero Meloidogyne spp, conhecido como nematoides das galhas, praga que pode ocasionar grande dano às lavouras de café e de outras culturas com a contaminação do solo.
“Esse nematoide pode comprometer grandes áreas de solo, uma vez que ainda não tem uma forma eficiente de combate. Uma das principais formas de evitar a contaminação da terra e consequente proteção da lavoura é a utilização de mudas sadias”, explicou o fiscal agropecuário René Parmegiane, responsável pelo programa de fiscalização de mudas e sementes da Idaron.
Segundo ele, a produção de mudas de café é normatizada pela Instrução Normativa Federal do Mapa nº 35, de 29 de novembro de 2012, e em Rondônia a produção e comércio de mudas de café é fiscalizada pela Idaron, conforme a Portaria Estadual n° 558 de 1 de janeiro de 2016, por meio do Programa de Certificação Fitossanitária que é reconhecido pelo Mapa.
As duas legislações estabelecem que amostras de raízes de café devem ser coletadas e analisadas em laboratório antes da comercialização, para verificar a presença de nematoides das galhas. Conforme consta na Portaria Estadual Idaron n° 558, caso o resultado das análises comprovar a presença do nematoide, as mudas devem ser imediatamente destruídas, uma vez que não existe ainda uma forma de controle do nematoide nas mudas. “Caso uma muda contaminada seja plantada, toda a lavoura será comprometida. O solo também poderá ser inviabilizado para a produção agrícola de várias culturas”, salientou René Parmegiane.
O controle feito pela Idaron já resultou na proteção de cerca de 16 mil hectares de área de plantio. “Desde o início da vigência da norma estadual até outubro de 2020, cerca de 50 milhões de mudas certificadas foram produzidas no Estado, o que corresponde a cerca de 16 mil hectares de lavoura plantada ou renovada com mudas sem nematoides, beneficiando centenas de famílias”.
Em 2017, no Estado, o número de mudas contaminadas por nematoides foi de aproximadamente 5% de toda a produção, reduzindo para aproximadamente 1% em 2018 e cerca de 3% em 2019. “A muda e o início da lavoura, é muito importante que sejam de alta qualidade e com sanidade, livres de pragas, por isso é imprescindível que o produtor procure os viveiros credenciados pela Idaron, para evitar prejuízos a ele e ao solo”, destacou. A lista dos viveiros credenciados pode ser encontrada no site da Agência Idaron. Atualmente, Rondônia possui 103 viveiros registrados.
Fonte: Secom – Governo de Rondônia