Polícia
Suspeito de matar estudante na Baixada Fluminense havia deixado presídio pela porta da frente
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O homem que é suspeito de matar a estudante Marcela de Souza Oliveira, de 26 anos, para roubar um telefone celular, saiu da cadeia pela porta da frente, cerca de dois anos antes da morte da jovem.
Apontado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) como sendo o autor do disparo que matou a estudante, em Vila de Cava, Nova Iguaçu, no último dia 27, Nilton Pereira, o Nem ou Neném, havia sido condenado a 31 anos de prisão.
Com 14 passagens pela polícia, incluindo sete crimes de roubo e três homicídios, Nilton foi beneficiado pela Justiça com uma autorização para visitar a família.
Saiu do Instituto Penal Benjamim de Moraes Filho, no Complexo de Gericinó, no dia 18 de outubro de 2017 e nunca mais retornou ao presídio. Desde então, passou a ser considerado foragido.
No dia 19 de fevereiro último, Nilton teve mais uma prisão decretada pela Justiça, desta vez uma preventiva. De acordo com a Vara Criminal de Queimados, ele é acusado de praticar crimes de extorsão mediante sequestro, homicídio e lesão corporal grave.
Nilton teve uma nova prisão decretada, desta vez temporária, nesta quarta-feira. Ele foi apontado por Moisés Amorim da Silva, que cerca de 40 minutos após o crime vendeu o celular da estudante por R$ 200 em uma página da Internet, como sendo o homem que atacou e matou a jovem.
Moisés também teve a prisão decretada e já está atrás das grades. No entanto, ele nega a participação na morte da estudante e admite apenas ter negociado o celular roubado.
Nilton Pereira também já era investigado pela DHBF por um outro assassinato. No dia 4 de dezembro de 2018, ele teria sequestrado um motorista de aplicativo e usado o veículo para praticar uma série de roubos e um homicídio.
A jovem estava desaparecida desde o dia 27 de maio. O corpo foi encontrado no último sábado. Ela havia sido vista com vida, pela última vez, pouco antes de deixar a casa do namorado, William Santos, de 33 anos, no Bairro de Vila de Cava. O reconhecimento do corpo foi feito pelo pai de Marcela, Jefferson de Jesus Oliveira, que a identificou por uma tatuagem que a filha tinha nas costas.
Segundo a polícia, Marcela reagiu ao roubo e acabou sendo executada por Nilton. Após o roubo, o assassino jogou o corpo da estudante no Rio Iguaçu, em Vila de Cava, Nova Iguaçu, e entregou o celular roubado para Moisés Amorim da Silva, de 18 anos.
Nesta quarta-feira, o Disque-Denúncia( 2253-1177) divulgou um cartaz oferecendo mil reais de recompensa por informações que levem até a prisão de Nilton Pereira.
O Rio Iguaçu fica a aproximadamente 1,6 quilômetros de distância do bairro Vila Cava. O namorado e Marcela haviam dormido juntos no dia do sumiço. Ele saiu para trabalhar às 7h, e ela ficou dormindo. Ela ia almoçar com os pais, mas não apareceu.
— A gente se assustou porque ela não é de fazer isso. De sair sem dar satisfação. E começamos as buscas. Fomos no hospital, na delegacia e no IML — contou o namorado.
De acordo com a polícia, Marcela foi atacada por Nilton provavelmente quando voltava para casa, também em Vila de Cava.
O corpo de Marcela foi enterrado na tarde da última segunda-feira, no cemitério municipal de Nova Iguaçu. Cerca de cem pessoas acompanharam a cerimônia. No sepultamento, parentes e amigos prestaram uma última homenagem à memória da jovem, cantando músicas e fazendo um momento de oração diante do caixão, que foi mantido fechado.