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Surto de Sarampo no Amazonas acende alerta sobre doença em Rondônia
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O surto de sarampo que atinge o Amazonas preocupa autoridades de saúde em Rondônia após cerca de 20 anos do último caso registrado no estado. No momento, dois diagnósticos foram confirmados e um segue em investigação.
A Agência Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia (Agevisa) solicitou que Ministério da Saúde antecipe a campanha estadual de vacinação, que deve começar na próxima segunda-feira (9). As doses, segundo a Agevisa, já foram encaminhadas para distribuição nos municípios de Rondônia.
O último e mais recente caso da doença no estado aconteceu no mês passado. Em junho, um bebê de cinco meses, que veio de Manaus com a família, chegou em Porto Velho com sarampo.
A criança teve alta do Hospital Infantil Cosme e Damião. A suspeita, anteriormente, era de que a menina tivesse rubéola. No mesmo hospital, há um outro caso de uma paciente, de cerca de 1 ano, sob investigação.
Em Vilhena (RO), região a pouco mais de 700 quilômetros de Porto Velho, uma mulher, de 28 anos, que também veio de Manaus, contraiu a doença.
De acordo com a infectologista Antonieta Machado, é importante que a população procure um médico logo nos primeiros sinais possíveis da doença.
“Ao procurar atendimento médico, o profissional vai saber elucidar se o caso se trata de algum quadro de gripal e qualquer outro tipo de doença viral ou se pode ser uma suspeita de sarampo”, orientou Antonieta.
A médica infectologista explicou, ainda, que o sarampo provoca queda na imunidade do doente, o que pode gerar complicações no quadro e levar até a morte.
“É muito importante que as pessoas procurem atualizar o cartão vacinal. Isso vai incluir a vacina do sarampo. Além disso, evita que a doença se manifeste e se alastre dentro do estado”, informou a infectologista.
A Agevisa acionou o Ministério da Saúde para que o órgão antecipe a campanha estadual de vacinação contra o sarampo em Rondônia.
Segundo a coordenadora de Doenças Exantemáticas da Agevisa, Cleidinéia Amaral, o objetivo é começar as vacinações na próxima semana, diferentemente do calendário original, marcado para agosto deste ano.
“Já foram enviadas mais vacinas para os municípios regionais que fazem a distribuição das doses. Isso é para que seja feita essa intensificação nas crianças de 12 meses a menores de cinco anos, bem como a atualização de cartão vacinal de adultos que é previsto até os 49 anos, de acordo com o calendário básico”, disse a coordenadora.
Caso recente
No mês passado, após cerca de 20 anos sem registro de sarampo em Rondônia, foi notificado, pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Rondônia (Lacen), um caso em Porto Velho.
Uma criança de cinco meses, moradora do Amazonas, “importou” a doença para Rondônia durante uma viagem com a família. A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) descartou a possibilidade de epidemia.
A paciente deu entrada no Hospital Infantil Cosme e Damião, em Porto Velho com suspeita de rubéola ou sarampo.
A criança veio em um barco de Manaus com destino a Porto Velho acompanhada da família. Após exame foi constatado que os sintomas eram de sarampo. O bebe teve alta do hospital pelo menos dois dias depois.
Doença
O sarampo é uma doença causada por um vírus. Os sintomas começam com febre acompanhada de tosse, irritação ocular, corrimento no nariz e o aparecimento de manchas avermelhadas ou brancas na pele, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Pode causar infecção nos ouvidos, pneumonia e convulsões. Em casos mais graves, o sarampo provoca lesão cerebral e até morte. Como tratamento, o doente precisa repousar e ingerir líquido.
Em situações mais sérias, o médico deve preescrever um tratamento para aumentar a imunidade contra a doença.
Quem pode e não pode tomar a vacina
Segundo o Ministério da Saúde, qualquer pessoa pode ser vacinada. Porém, o órgão disponibiliza duas doses para pessoas entre 12 meses e 29 anos.
Na rede pública, é possível ser vacinado gratuitamente até os 49 anos com uma dose apenas. As gestantes, os pacientes com casos suspeitos de sarampo, crianças menores de seis meses e pessoas com doenças que abalam o sistema imune não podem ser vacinadas.
Segurança
De acordo com o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim), a vacina contra o sarampo é segura.
Quantidade de doses
As duas doses são para toda a vida. As pessoas que já tiveram a doença e foram vacinadas estão imunes.