Direto de Brasília
Suposta ameaça: Renan Calheiros defende demissão de Braga Netto
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O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), defendeu a exoneração de Braga Netto após a revelação de que o ministro da Defesa havia afirmado que não haveria eleições em 2022 se não fosse aprovado o voto impresso.
“As declarações de Braga Netto, irresponsáveis e inconsequentes, ofendem a Constituição e o povo. Ele tem que ser exonerado o quanto antes, removido do posto que ocupa”, afirmou Calheiros.
“É um elemento perigoso para a democracia que todos – Executivo, Congresso, Judiciário, Forças Armadas e a nação – juramos preservar e defender. O Brasil não pode se sujeitar ao capricho de mantê-lo onde está”, completou.
De acordo com reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, Braga Netto havia afirmado para o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que não haveria eleições em 2022 se não fosse aprovado o voto impresso e auditável – que tramita na Casa Legislativa.
A mensagem do ministro da Defesa a Lira teria sido repassada por meio de um interlocutor de Braga Netto em reunião com o presidente da Câmara no dia 8 de julho – mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) repetiu a ameaça se o voto impresso não fosse aprovado. “Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não teremos eleições”, disse o presidente na ocasião.
Para o relator da CPI, a democracia brasileira é alvo de uma gravíssima ameaça. “Ameaça armada, tentativa de amedrontar pelo terror. Braga Netto se revela: foi colocado onde está exatamente para isso, para ameaçar as instituições democráticas”, avalia. Segundo Calheiros, o Congresso Nacional não deve admitir o episódio e que “o Senado, a Câmara e o Judiciário não podem ser ameaçados”.
O ministro da Defesa, porém, negou a acusação e disse que a suposta ameaça é uma mentira. “Hoje foi publicada uma reportagem na imprensa que atribui a mim mensagens tentando criar uma narrativa sobre ameaças feitas por interlocutores a presidente de outro Poder. O ministro da Defesa não se comunica com o presidente dos Poderes por meio de interlocutores”, afirmou Braga Netto.
Lira, por sua vez, não negou a ameaça. “A despeito do que sai ou não na imprensa, o fato é: o brasileiro quer vacina, quer trabalho e vai julgar seus representantes em outubro do ano que vem através do voto popular, secreto e soberano”, disse via redes sociais. “As últimas decisões do governo foram pelo reconhecimento da política e da articulação como único meio de fazer o país avançar”, acrescentou.
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