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Suplemento da proteína do leite pode causar picos de insulina e acne
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Muito usado nas academias para complementar as necessidades diárias de proteínas e fornecer aminoácidos essenciais para o corpo, auxiliando no processo de crescimento muscular, a proteína do soro do leite pode ser ruim para a pele e causar ou piorar a acne.
A proteína do soro do leite bovino é o mais popular suplemento utilizado nas academias para auxiliar no processo de crescimento muscular. Mas esse tipo de proteína animal pode ter um efeito secundário maléfico para a pele: por ser rico em IGF-1, um hormônico semelhante à insulina 1, o pó pode aumentar a produção de sebo, que está associada ao desenvolvimento da acne. “O whey protein também pode desencadear a produção de andrógenos, ou hormônios que funcionam como hiperestimulantes das glândulas sebáceas e causam também inflamação. Isso pode obstruir os poros e favorecer o aparecimento da acne”, afirma a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.
A médica explica que os açúcares adicionados em alguns suplementos de whey protein também podem piorar o quadro, uma vez que aumentam os níveis de IGF-1. Para pacientes mais propensos à acne, é recomendável evitar os shakes que adicionam açúcares ou alta carga de carboidratos. “Se a suspeita é de que o suplemento de proteína esteja causando a acne, o melhor a fazer é eliminar essa suplementação da dieta ou substituí-la por opções livres de produtos lácteos, como é o caso da proteína da ervilha”, afirma a médica Dra. Claudia.
A Dra. Claudia Marçal enfatiza a importância da rotina investigativa na consulta médica. “Quando se fala em tratamento da acne, o primeiro passo é propor uma rotina investigativa para descobrir se há histórico familiar, se tem origem na adolescência (uma abordagem diferenciada), ou se é acne da mulher adulta (mais comum, mas o homem também pode ter), por stress ou por má alimentação, enfim, a diagnose vai ajudar a tratar”, diz a médica. Muitas vezes, a presença da acne pode estar relacionada ao consumo de alimentos com alto índice glicêmico, que colaboram para a hiperprodução sebácea; além disso, situações de estresse também estão relacionadas ao aparecimento da acne, uma vez que pode ocorrer descarga de adrenalina na corrente sanguínea.
Tratamentos – Além de abandonar os shakes, caso esse seja o problema, com relação aos tratamentos, a dermatologista explica que além do uso habitual da Isotretinoína e o uso dos probióticos, alternados com os ácidos com a vitamina C (nicotinamida e azeloglicina) e Vitamina A, é possível utilizar o Hidroxitirosol por via oral e tópica. “Trata-se de uma substância que é usada com sucesso hoje em dia, que ajuda muito no controle inflamatório da patologia”, afirma a dermatologista. A médica indica também o uso de peróxido de benzoíla à noite para ajudar a secar as espinhas e diminuir a inflamação.
Além disso, a utilização do LED de luz azul também é bem-vinda. “Esse recurso tem uma ação bacteriostática muito importante, que faz um controle cicatricial, anti-inflamatório e com melhora da pigmentação, que invariavelmente permanece, quando uma lesão perdura por mais tempo”, afirma. Outra opção para complementar esse tratamento, segundo a médica, é usar a luz infrared – que tem um potencial cicatricial, calmante e anti-inflamatório.
Outros cuidados – “É importante a higienização, que deve ser feita regularmente, com uso de sabonetes (duas a três vezes ao dia) que tenham extratos calmantes e com ação adstringente e anti-inflamatória”. Os ativos mais indicados são: Acneol SR (que pode ser encontrado nas farmácias de manipulação), extrato de Hamamélis, o Cobre e o Zinco. A dermatologista lembra que as peles com acne precisam ser sempre hidratadas. “É importante usar hidratante e filtro solar para formar uma barreira contra os agressores, que são o calor, a luz solar infravermelha, a luz visível, as mudanças de temperatura e exposição ao ar condicionado. Tudo isso leva a uma mudança e estímulo da produção de óleo na tentativa de compensar a agressão que a pele está sofrendo”, destaca.
Além disso, a médica ressalta a importância do acompanhamento nutricional. “Eu peço que o paciente faça o controle alimentar e aumente a ingesta hídrica e reduza os índices glicêmicos dos alimentos, diminuindo o consumo de açúcar e de hidrato de carbono”, afirma.
Nos cuidados com a pele, a dermatologista indica o uso de hidratantes em sérum, ricos em água e pobres em óleo, para o efeito compensatório externo – coibindo a produção de óleo exagerado. No período noturno, é essencial a complementação do uso do sabonete com o esfoliante, que consegue remover as impurezas que, em geral, o sabonete não consegue retirar, segundo a dermatologista. “O uso da loção tônica deve conter extratos calmantes, anti-inflamatórios, higienizadores dos resíduos mais resistentes. E logo depois, então, é importante a aplicação de produtos que o próprio dermatologista recomenda. Nós usamos desde Vitamina C, em formulação de 10% a 20%, além de derivados da Azeloglicina, a Nicotinamida, de vitamina ácida, os alfa-hidroxiácidos, combinados a extratos”, finaliza.