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Substâncias da Amazônia são pesquisadas em RO para criação de novos medicamentos
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Pesquisas estão sendo realizadas no escritório da Fiocruz no estado. Extração vem de animais e plantas.
Substâncias extraídas de plantas e animais da Amazônia têm sido avaliadas por pesquisadores do Laboratório de Neuro e Imunofarmacologia (Nimfar), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Rondônia. O objetivo é verificar se elas têm propriedades farmacológicas para o desenvolvimento de novos medicamentos.
Segundo o pesquisador Quintino Dias, que está à frente dos estudos desde 2013, as pesquisas pré-clínicas tratam as substâncias para identificar a existência de possíveis propriedades farmacológicas e determinar, assim, se é possível o avanço de estudos mais aprofundados que possam torná-las em um medicamento.
As propriedades podem ser analgésicas, anti-inflamatórias, antidepressivas, antidiabéticas ou até antitumorais – para a prevenção de tumores.
“A gente faz esse tipo de trabalho, que são os estudos iniciais, que vai avançando e entendendo como essa molécula funciona no organismo. Se surgir o interesse de outros laboratórios de realizar estudos mais aprofundados, essas moléculas ficam disponíveis para quem quiser continuar o estudo e avançar”, explicou Quintino.
![Pesquisador Quintino Dias está à frente das pesquisas desde 2013. — Foto: Divulgação/Fiocruz Pesquisador Quintino Dias está à frente das pesquisas desde 2013. — Foto: Divulgação/Fiocruz](https://s2.glbimg.com/DKi2gEFUoYmbXSvfD8H_qp982rY=/0x0:1280x960/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/X/G/W9Rt7RRViQyes8zZ6Ybg/45b8ab6f-278e-4e57-8c5f-f461050adf8d.jpg)
Pesquisador Quintino Dias está à frente das pesquisas desde 2013. — Foto: Divulgação/Fiocruz
Segundo Quintino, as pesquisas e o desenvolvimento de novos medicamentos acontecem em várias etapas nos laboratórios da Fiocruz, no escritório em Rondônia. Os estudos são voltados às etapas iniciais, que envolvem moléculas jamais testadas e recebidas por meio de parcerias.
“Acredito que aqui em Rondônia nós somos os únicos que trabalhamos com esses modelos de dor e inflamação, modelos de ansiedade, depressão e memória. Trabalhamos com vários modelos que nos permite dizer se a molécula é promissora para um determinado tipo de situação. É importante ressaltar que nossa pesquisa não valida a utilização dos medicamentos em humanos, mas sim permite identificar propriedades farmacológicas”, ressalta Quintino.
Quintino mencionou ainda que as pesquisas podem durar até 10 anos, isso desde a fase dos estudos iniciais até os clínicos. Porém, durante a nova etapa, o medicamento corre risco de ser descartado nas pesquisas mais avançadas, caso apresente reações adversas aos pacientes.
Estudos envolvendo a malária
![Mosquito Anopheles stephensi é vetor da malária. — Foto: Jim Gathany/CDC/Reuters Mosquito Anopheles stephensi é vetor da malária. — Foto: Jim Gathany/CDC/Reuters](https://s2.glbimg.com/XjZsAnJbh8_0WFmYyyXU-huTOQk=/0x0:1000x626/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/U/V/QZUCvdRUiC8FacPntTvQ/anopheles1700.jpg)
Mosquito Anopheles stephensi é vetor da malária. — Foto: Jim Gathany/CDC/Reuters
Em paralelo aos estudos que exploram as substâncias da região Norte, o laboratório apresenta outra linha de pesquisa que inclui a influência da malária no desenvolvimento de outras doenças. O Ministério da Saúde (MS) apontou mais de 7 mil casos da doença em Rondônia.
“Normalmente se tratam os pacientes, mas eles não costumam ser acompanhados. Infelizmente hoje não se busca entender como funciona essa relação e o paciente fica a mercê de uma outra doença. Isso ficou muito evidente com o surto do Zika Vírus e Chikungunya, que observou que pacientes que adquiriram essa infecção, posteriormente ao tratamento, desenvolveram quadros neurológicos como a Guillain-Barré, que causa muita dor e até paralisia”, pontuou Quintino.
De acordo com o pesquisador, ainda sobre a malária, alguns casos já foram relatados após o tratamento da doença e eliminação do parasita do organismo. Entre os sintomas apresentados nos relatos após o tratamento da doença estão o desenvolvimento de um quadro paralisante associado ao de contágio.