Economia
STARTUPS: Brasil conta com 290 EdTechs, segundo estudo inédito
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Com objetivo de entender a atuação das startups com soluções para o mercado educacional brasileiro, o Liga Insights mapeou as inovações que querem transformar o ensino no país
O Brasil possui hoje 297 EdTechs – startups que aliam educação e tecnologia -, segundo levantamento inédito realizado no mês de junho. As soluções foram divididas em 18 categorias e a maioria delas são de Curadoria Eletrônica de Conteúdos e Gestão Educacional com 12% cada; Plataformas de Ensino, de Livros e Conteúdos e de EAD, LMS, Cursos e Treinamentos, juntas, somam 13%; Novas Habilidade e Novas Propostas de Ensino, cada uma com 8%; Treinamento e Melhoria de Habilidades com 7%; além de Idiomas e Gamificação, com 5% cada e Educação Inclusiva, com quase 4%.
O mapeamento analisou um banco de dados com mais de 13 mil startups do Brasil todo e foi realizado pelo Liga Insights – plataforma que reúne conteúdos relevantes sobre inovação e startups em diversos setores – em parceria com a aceleradora Liga Ventures (liga.ventures), Ambev, Cargill, IGC Partners e Derraik & Menezes Advogados e contou com entrevistas de empresas e instituições como Cel.Lep, IBM, ESPM e Saint Paul.
No Brasil, as EdTechs se concentram principalmente na região Sudeste, onde se concentram 74% (49% em São Paulo, 16% no Rio de Janeiro e 9% em Minas Gerais) e no Sul (6% em Santa Catarina e 5% no Paraná). No aspecto de investimentos, em 2017, o mercado mundial alcançou um recorde histórico com 9,52 bilhões de dólares, que representou um aumento de 30% em relação a 2016 e beneficiou mais de 800 EdTechs ao redor do mundo. Já na visão de infraestrutura, algumas ações, inclusive do poder público, estão sendo implementadas para ampliar o poder da digitalização na educação.
Principais desafios: fronteiras da acessibilidade, Letramento Digital e Transformação Cultural e Digital
Segundo Raphael Augusto, responsável pelo Liga Insights, dentre os diversos segmentos estudados pela plataforma, o setor da educação talvez seja o que enfrente mais entraves quando o assunto é tecnologia. “Por se tratar de uma área com grande influência do poder público, precisamos dar uma atenção especial às burocracias dos processos para a adoção destas tecnologias vindas de startups”, analisa.
Entre os desafios do setor, identificados pelo estudo estão as fronteiras de acessibilidade – 39% dos domicílios brasileiros não têm acesso à internet e, nas escolas públicas, este número é de 34,4%. O Letramento Digital também é uma barreira e, antes dos alunos, é preciso olhar para o corpo docente: 60% dos professores nunca realizou cursos relacionados à aplicação de tecnologias digitais no ensino.
“No aspecto privado, também vemos evoluções, assim como desafios. Em um ambiente em transformação pela inovação aberta, os grandes grupos educacionais precisam incentivar o desenvolvimento destas tecnologias em consonância com o mercado”, afirma Raphael. Para ele, “as startups buscam sempre ajudar a resolver uma dor, um problema, explorar um novo modelo e novos negócios e, todos estes aspectos, são grandes oportunidades na área de educação de um país com tantas diferenças e necessidades como o Brasil”.
Startups que apostam na Educação
Uma empresa que tem ajudando na transformação digital é a Edools – startup de ensino à distância que oferece plataforma de EAD, serviços de gestão e produção de conteúdo digital e, tem como principal objetivo, romper as barreiras da educação e superar os desafios do sistema de ensino do Brasil por meio do compartilhamento de conhecimento relevante.
A plataforma para educação a distância (EAD) possibilita que professores cadastrados desenvolvam conteúdos em diversos formatos (desde vídeos, textos até e-books e podcasts). Recentemente a Edoos fundiu-se com a curitibana Eadbox e, agora, juntas, formam a startup HeroSpark.
Já a PrograMaria é uma startup que busca promover a diversidade na área da tecnologia e tem como objetivo empoderar mulheres por meio da programação. Estima-se que as mulheres representem 5,7% no setor da computação e, para mudar esse cenário, a PrograMaria contribui para que mais meninas e mulheres sintam-se motivadas e confiantes a explorar os campos da tecnologia, da programação e do empreendedorismo, além de incentivar o debate sobre a falta de mulheres nesses campos e promover oportunidades e ferramentas para que elas deem os primeiros passos na aprendizagem da programação.
Outra startup que ajuda o setor é a 4You2 – que oferta cursos de inglês para comunidades carentes em São Paulo, Minas Gerais e Paraíba e conta com um projeto flexível de ensino, além de promover aulas presenciais com professores nativos Em 2019, a startup recebeu investimento do fundo internacional Yunus Negócios Sociais. Estima-se que menos de 5% da população brasileira fala um segundo idioma e essa porcentagem é expressivamente menor entre jovens negros.
Confira o mapeamento completo:
https://insights.liga.
Número de startups no segmento: 297.
Entrevistados no estudo: mais de 30 pessoas – entre profissionais e pesquisadores da área.
Áreas das startups mapeadas:
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Analytics no ensino e aprendizagem (10)
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Crowdfunding, financiamento, bolsas e outras transações financeiras (8)
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Curadoria eletrônica de Conteúdos (35)
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Educação Inclusiva (11)
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Ferramentas para a Educação e Produtividade (20)
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Gamificação (15)
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Gestão da Comunicação (escolas, professores, pais e alunos) (13)
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Gestão Educacional (35)
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Idiomas (15)
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Marketplaces de Aulas e Professores (13)
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Novas habilidades (24)
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Novas propostas de ensino (24)
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Plataformas de livros e produção de conteúdo (14)
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Plataformas de ensino (9)
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Plataformas de EAD, LMS, curso e treinamentos (15)
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Realidade virtual e aumentada (10)
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Treinamento e melhoria de habilidades (22)
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Vocacional (4)
Fonte:
O levantamento contou com mais de 30 entrevistados, entre profissionais e pesquisadores área, além de relatórios, estudos e informações de fontes como CB Insights, Istoé Dinheiro, BBC, Exame, Edtechs Review, Revista PEGN, Porvir e SEBRAE. Também utilizou um banco de dados com mais de 12 mil startups brasileiras com base em inscrições para os programas de aceleração, eventos da Liga Ventures, plataforma DisruptBox, recomendações, notícias em portais de negócios e busca ativa de startups. O estudo conta com o patrocínio das gigantes: AMBEV, CARGILL, IGC Partners, Derraik & Menezes Advogados.
Sobre a Liga Insights
Criado pela Liga Ventures em 2017, o Liga Insights (https://insights.liga.
AGÊNCIA NOAR