Mato Grosso
Sob gozação de “senador sem voto”, Medeiros sai das urnas como o 2º mais voto a federal por MT
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Desacreditado pelas lideranças e boicotado antes e durante praticamente todo processo eleitoral, zombado por petistas que, numa campanha sistemática para queimá-lo, chamavam-no de “senador sem voto” e de “sem noção”, além de acusá-lo de “fraudar ata”, José Medeiros emergiu das urnas como uma força política autônoma. Calou a boca dos críticos e surpreendeu os céticos.
Deputado eleito José Medeiros em carreata
Sem estrutura de campanha e concorrendo pelo nanico Podemos, Medeiros foi o segundo mais votado em Mato Grosso, conquistando cadeira de deputado federal com 82.528. Os chamados votos espontâneos “brotaram” de todos os 141 municípios. Quase todos de eleitores que querem renovação na política e passaram a admirá-lo pela retidão, pela postura firme no Senado, especialmente no combate à quadrilha que se formou em torno do PT que, sob Lula e Dilma no Planalto, quebrou e afundou o país na corrupção. Milhares acompanham suas atividades nas redes sociais.
Na primeira tentativa a cargo eletivo, em 2006, Medeiros só obteve 8.175 votos à Câmara Federal, pelo PPS. Policial Rodoviário Federal em Rondonópolis, ele passou a atuar nas articulações políticas como membro da Executiva da legenda socialista. Em 2010, foi indicado primeiro-suplente de Pedro Taques ao Senado. A chapa saiu vitoriosa e, quatro anos depois, Taques renuncia para se tornar governador, levando Medeiros a ganhar de presente os quatro anos de mandato. E se tornou uma das poucas vozes no Congresso a enfrentar o petismo. Conviveu com briga jurídica fraticida com o empresário de Sinop, Paulo Fiúza (PV), que alega ser dono da primeira-suplência e sustenta tese de fraude na ata de 2014, com alternância dos nomes na hora da homologação do documento na Justiça Eleitoral. Já na pré-campanha à reeleição ao Senado, Medeiros é surpreendido com a decisão do TRE-MT, que cassou o seu mandato e mandou empossar Fiúza de imediato. Abatido, desistiu da recandidatura e apostou as fichas na disputa à Câmara. Em outra frente, recorreu ao TSE e conseguiu suspender a decisão do TRE, prosseguindo no cargo até hoje.
Votação
As maiores votações de Medeiros, defensor intransigente do presidenciável Bolsonaro, vieram justamente dos três principais colégios eleitorais, sendo Cuiabá (17.436), Rondonópolis (17.131) e Várzea Grande (7.239). Mesmo em municípios não visitados pelo senador no decorrer na campanha, obteve-se boa votação.
Proporcionalmente, Medeiros “abocanhou” mais votos em Guiratinga, no Sul do Estado. Ali, na origem, chegou aos 1.570, o que representa 32,9%. Explica-se: hoje aos 48 anos, o potiguar de Caicó não nega a infância de garoto pobre e sofrido. Viveu parte da infância no distrito de Vale Rico, em Guiratinga.
Medeiros também conquistou 11% dos votos válidos (170) na vizinha Tesouro. Até mesmo do Araguaia, o senador do Podemos saiu com votação expressiva. Em Barra do Garças obteve 1.150 e outros 1.238 em Nova Xavantina.
Em vários municípios, contabilizou acima de mil voto, como em Campo Verde (1.093), Jaciara (1.865), Juína (1.168), Lucas do Rio Verde (1.099), Nova Mutum (1.285) e Pontes e Lacerda (1.048).