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Síndrome do pânico: o que é e como tratar


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Uma sensação injustificada e repentina de medo e intensa, muito intensa. Palpitações, sensação de asfixia, suor, tremores, tonturas, náuseas, dor de cabeça, formigamentos e calafrios. Quem já teve ou presenciou um ataque de pânico conhece esses sintomas e a terrível experiência que eles causam. Todos nós estamos sujeitos a passar por isso, mas é preciso diferenciar um ataque de pânico da síndrome do pânico, pois o primeiro é um sintoma do segundo.

Ataque de pânico x síndrome do pânico

A síndrome é uma doença, uma patologia mental. O ataque é uma consequência dessa patologia e pode ocorrer por diversas causas: outras síndromes psiquiátricas, doenças como a hipoglicemia, ou por conta de um transtorno de estresse pós-traumático.

De acordo com o Dr. Victor Pablo, psiquiatra da Clínica Holiste de Salvador com especialização pela Associação Brasileira de Psiquiatria, essa sensação extremamente intensa de medo – e sem motivo aparente – é chamada de ataque de pânico. “Isso se deve à ativação espontânea do sistema de luta e fuga, que é composto por estruturas cerebrais e do sistema nervoso corporal da adrenalina”, afirma.

Essas sensações geralmente duram menos de 30 minutos. Porém, entre os picos de pavor, há um constante pressentimento de insegurança, o que pode afetar bastante a vida do indivíduo, que passa a evitar certos lugares e situações, limitando suas experiências de convívio.

Grupos de Risco

A síndrome do pânico afeta cerca de 2% da população e geralmente seus primeiros sintomas aparecem em pessoas entre os 20 e 30 anos. “Através de estudos com gêmeos idênticos, calcula-se que a herança genética pode influenciar em 45% o risco de desenvolver o transtorno de pânico”, conta o Dr. Pablo.

“Os demais fatores estão relacionados ao desenvolvimento neuropsicomotor, temperamento ansioso de base, enfrentamento de adversidades no início da vida adulta, além de fatores ainda desconhecidos.”

É mais simples, portanto, identificar grupos de risco para ataques de pânico, pois as possibilidades da síndrome são bastante abrangentes. “No futuro, talvez daqui uns 30 anos, poderemos ter acesso ao nosso perfil genético e mensurar um risco potencial de desenvolver transtornos mentais como o transtorno de pânico”, espera o psiquiatra.

Segundo ele, a grande dificuldade de encontrar grupos de risco se deve ao fato de que a vida contemporânea em si é um fator influente. “Se pudéssemos controlar o estresse crônico a que somos submetidos…, mas é utópico pensar que nunca vamos sofrer pressões profissionais, adversidades familiares, lutos e frustrações. Essas condições são gatilhos para os primeiros ataques de pânico.”

Tratamento

A boa notícia é que, uma vez identificada, a síndrome do pânico é relativamente simples de controlar. Os ataques podem ser amenizados com remédios e os tratamentos são eficazes. O processo mais complicado, em certas ocasiões, é fazer o paciente chegar a um especialista.

O Dr. Victor conta que algumas pessoas são encaminhadas a um consultório psiquiátrico somente após terem acionado os serviços de emergência diversas vezes, e “com um calhamaço de exames de cabeça, coração, sangue, etc.”

Durante o tratamento, alguns medicamentos são prescritos para desativar a excitação da fase aguda dos ataques. “São controlados, alguns são ansiolíticos tarja preta”, esclarece o médico.

Gradualmente, ao longo dos meses, o número de remédios vai diminuindo, e o paciente entra numa fase chamada de “manutenção”, na qual ele consome apenas um medicamento, em geral algum tipo de antidepressivo.

Infelizmente, conforme explica o Dr. Pablo, apenas em poucos casos se consegue adormecer completamente os sintomas e realizar o desmame total. Nessas situações, o paciente passa por uma observação ambulatorial, para confirmar se realmente consegue viver sem remédio algum.

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