Agronegócios
Sertão Bionergia, futura produtora de etanol de sisal, terá sócio australiano
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A Sertão Bioenergia está em fase de criação para produzir etanol do agave, o popular sisal. E como está no seu nome, é do semiárido nordestino, berço natural da planta, que seu proprietário, o cientista da Unicamp, Gonçalo Pereira, vai seguir o exemplo do México e da Austrália.
Money times antecipou a notícia em 27 de novembro passado e agora a Sertão Bioenergia anuncia a parceria com a Ausgave, do país da Oceania.
Pereira ainda pede reserva a data de lançamento da nova empresa, que deve ocorrer neste semestre, e também sobre investimentos.
Sem sazonalidade, ou seja, produz o ano todo – não tem entressafra portanto – do sisal pode ser extraído até 66 mil litros de etanol em 176 toneladas por hectare, variando entre 10% e 25% de matéria seca, segundo a experiência do México, que mais deve aproximar das condições de exploração comercial no Brasil.
Se anualizarmos, isso daria também 140 toneladas de açúcar. É importante mencionar que o açúcar aqui produzido é um polímero de frutose, que não serve para a produção do açúcar de mesa. Entretanto é absolutamente adequado para a produção de etanol.
O modelo de atuação da Sertão Bioenergia deve seguir o da sua parceira australiana. “Em 2005, o agrônomo australiano, o Don Chambers, resolveu investir na ideia e criou a empresa Ausagave, que seleciona as variedades mais produtivas, desenvolve novas variedades e multiplica as mudas, manejo e colheita da planta”, indica o professor e empresário.
De acordo com Pereira, coordenador do Laboratório de Genômica e Bioenergia da Unicamp e um dos fundadores da GranBio, a primeira empresa a processar o etanol de 2ª Geração (2G), a produtividade do agave no México, após cinco anos, é de 880 toneladas por hectare.
Recentemente ele percorreu várias regiões do sertão já pensando em contatos com produtores de sisal.
A Sertão Bioenergia, segundo seu criador, vai abrir uma janela para a produção de etanol levando renda ao sertão e ajudando a diminuir o déficit de biocombustível no Nordeste, cuja produção não alcança o consumo e na maioria das vezes precisa ser coberta com importações de etanol dos Estados Unidos.
FONTE: moneytimes