Sérgio Ricardo critica PL que proíbe pesca em MT: “oferecem um salário miséria ao pescador”

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), Sérgio Ricardo, em entrevista à imprensa, se posicionou contrário ao Projeto da Pesca, mensagem governamental que tramita na Assembleia Legislativa, aprovada em primeira votação, que proíbe o transporte, comercialização e armazenamento de peixes nos rios de Mato Grosso por cinco anos.

Na matéria governamental o Governo do Estado propõe o pagamento de um auxílio aos pescadores profissionais por três anos, contados a partir de 2024, sendo que no primeiro ano o valor seria o equivalente a um salário mínimo, no ano seguinte 50% do salário mínimo, e 25% do salário mínimo no terceiro ano.

“Acontece que só se oferece para o pescador um salário de miséria. É claro que ele vai ser contra, ele vai tentar buscar uma outra alternativa que ele possa sobreviver”, disparou o conselheiro que sugeriu a criação de um fundo para que pescador possa – segundo ele –, ter assegurada uma renda razoável.

“Nós temos duas partes prejudicadas: uma é o próprio rio, o meio ambiente e a outra é quem vive do peixe. A preocupação é em cima, principalmente de quem vai parar de pescar. Então, tem o fundo da Amazônia, um monte de fundo aí, que se crie o fundo do pescador”, disse.

No caso da criação de um fundo, o conselheiro entende que essa proposta deva ser construída junto aos pescadores. “É necessário oferecer um fundo para que ele possa ter dinheiro para sustentar a família, viver bem como ele vive como pescador. Pode ter certeza que eles vão dizer que prefere esse salário para deixar os rios se repovoarem, com todas as espécies de peixes”, comentou.

Sérgio Ricardo recordou que quando chegou em Mato Grosso era possível pescar o dourado, e hoje isso não ocorre. “Quando eu cheguei aqui podia pescar o dourado. Hoje, já não pode mais pescar o dourado. Isso tem que preocupar a todos, pois daqui a pouco não pode mais o pintado, não pode mais a peraputanga, nem o pacu, e daqui a pouco só vai poder pescar lambari no Rio Cuiabá”, disse o conselheiro.

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