Saúde
Será que é lúpus? Saiba sintomas e como diagnóstico é fechado
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O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença do sistema imunológico que causa inflamações crônicas e atinge principalmente mulheres na idade reprodutiva. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a estimativa é que a doença afete uma a cada 1,7 mil brasileiras.
Os sintomas de lúpus podem surgir em diversos órgãos e geralmente ocorrem de forma lenta e progressiva, apesar de alguns casos ocorrerem de maneira aguda e grave. A doença não tem cura e apresenta fases variadas de atividade e remissão. Apesar disso, a condição pode ser controlada com medicamentos.
“Muitas pessoas associam o lúpus às manchas vermelhas na pele, mas ela é apenas um dos vários órgãos acometidos. A doença é autoimune, inflamatória e sistêmica, ou seja, afeta vários sistemas do organismo”, afirma o reumatologista Edgar Baldi Junior.
O médico explica que o diagnóstico da doença não costuma ser simples, pois nem sempre os sintomas aparecem de uma vez. Ao contrário, a tendência é que o lúpus se manifeste progressivamente ao longo de meses e até mesmo anos.
“A Sociedade Brasileira de Reumatologia reconhece o exame de fan positivo (que identifica se há anticorpos agindo contra o próprio organismo) para fechar a classificação de lúpus. Mas existem outros critérios que devem ser levados em conta para essa conclusão. A paciente precisa ter manifestações em vários sistemas diferentes, como hematológico, cutâneo, neurológico e nas mucosas”, ensina.
Baldi Junior aponta quais costumam ser os sintomas iniciais de lúpus. São eles:
- Febre;
- Emagrecimento sem causa aparente;
- Queda de cabelo;
- Dores nas articulações;
- Lesões e manchas vermelhas na pele;
- Indisposição.
Outros sintomas também podem aparecer, como hipertensão, problemas renais e neurológicos. Embora sejam raros, eles podem apresentar mais riscos à saúde da paciente. Um exemplo é quando há convulsões ou outras manifestações em órgãos importantes, como sobrecarga dos rins.
Segundo o especialista, os diagnósticos se diferenciam de acordo com o caso, pois dependem de quais foram os primeiros sinais da doença. Ele afirma que os sintomas devem ser tratados antes de a origem ser investigada, de forma a garantir melhor qualidade de vida à pessoa lúpica.
Baldi Junior explica que a manifestação dos sintomas é o que torna o paciente mais sucetível a acometimentos mais graves da doença. Enquanto algumas exteriorizações da doença incluem gravidade e risco de morte, outras são bem controláveis.
“Assim como em todas as doenças, quanto mais precoce for o diagnóstico, mais rápido e eficaz é o tratamento para controlar o lúpus e evitar sequelas. Mas existem vários domínios, ou seja, diferentes regiões do corpo atingidas, e cada uma possui graduação com pontuações diferentes. Então uma paciente pode ter dez pontos, que é uma progressão mais rápida, e outra pode nem mesmo chegar a pontuar”, afirma.
A gravidade de lúpus também depende de quais órgãos são acometidos, contribuindo para que alguns diagnósticos demorem anos para serem fechados pelos critérios da reumatologia.
Causa e tratamento de lúpus
O médico comenta que as principais causas de lúpus são atribuídas aos fatores hormonais, genéticos e ambientais. O tratamento varia de acordo com a manifestação da doença, mas geralmente é feito com medicamentos imunossupressores específicos. Corticoides também são usados durante as fases agudas, ajudando a reduzir as inflamações.
“A partir do momento que você consegue regular a produção desses autoanticorpos, que provocam o processo autoinflamatório, você tende a controlar as manifestações. Isso garante uma vida mais normal às pacientes”, explica.
Pessoas com lúpus estabilizado e em remissão podem viver normalmente, trabalhando e praticando atividades físicas, desde que tenham acompanhamento médico e laboratorial.
Recomendações para quem tem lúpus
Baldi Junior finaliza acrescentando que todas as pessoas com suspeita de lúpus ou com o diagnóstico da doença devem tomar cuidados especiais com a saúde. Alguns deles são aplicar protetor solar mesmo em ambientes fechados, realizar exames laboratoriais frequentemente e ter acompanhamento nutricional e psicológico.
Metrópoles