Saúde
Segundo OMS, em torno de 35% das pessoas acima dos 65 anos caem pelo menos uma vez ao ano
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No Dia Mundial de Prevenção de Quedas, dia 24 de junho, especialista aponta as causas e alerta para as consequências graves, como o fim da independência e funcionalidade
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 28-35% das pessoas com 65 anos ou mais caem a cada ano. Esse número aumenta para 32-42% para aqueles com mais de 70 anos e ultrapassa a marca de 40% para os longevos com mais de 80 anos. Dos que moram em asilos e casas de repouso, a frequência de quedas é de 50%.
Com o objetivo de alertar sobre os riscos de quedas, especialmente para pessoas idosas, a OMS instituiu o 24 de junho como o Dia Mundial de Prevenção de Quedas. A data foi incluída no calendário do Ministério da Saúde e, anualmente, chama a atenção não apenas para a prevenção, como para as graves consequências que podem acarretar nesta faixa etária.
De acordo com a especialista em geriatria pela FMUSP, Dra. Ronny Roselly Domingos, as quedas, no público idoso, podem ser um indicativo de fragilidade física ou até doença aguda e podem ter três causas: intrínsecas, extrínsecas e comportamentais. “O que temos que ter em mente é que as quedas não são uma consequência inevitável do envelhecimento. Apesar de comum, não podemos normalizá-las ou naturalizá-las. Sempre que uma pessoa idosa sofre uma queda, deve-se averiguar a razão da mesma para que o processo de envelhecimento seja conduzido de maneira a preservar o máximo possível a qualidade de vida”.
São classificadas como causas intrínsecas aquelas alterações ocorridas no organismo da própria pessoa seja de modo natural, por conta do envelhecimento, ou de maneira conduzidas, como as provocadas por medicamentos. “Alterações visuais, déficit auditivo ou muscular, alterações de equilíbrio, uso de remédios inapropriados e tonturas secundárias a esses remédios ou até tonturas oriundas de outras causas, desnutrição e alta ou baixa taxa de glicose são componentes que podem fazer com que o idoso sofra uma queda repentina”, exemplifica a Dra. Ronny Roselly Domingos.
Por sua vez, as causas extrínsecas são aquelas externas, normalmente relacionadas ao ambiente. “São aqueles tapetes fora de lugar; fios expostos no meio do corredor; animal de estimação no meio do caminho; má iluminação dos ambientes da casa, especialmente durante à noite; degraus não sinalizados; escadas sem corrimão. Mas se ampliarmos nossa visão e sairmos do ambiente doméstico, podemos ver calçadas esburacadas ou desniveladas; pisos escorregadios e uma infinidade de outros fatores que podem aumentar o risco de idosos caírem, especialmente os mais frágeis, que tenham os fatores intrínsecos já mencionados”, explica a especialista em gerontologia pela FMUSP.
Por fim, existe a causa comportamental, conforme explica a Dra. Ronny Roselly Domingos: “Existem muitos idosos, especialmente os mais frágeis, que por meio de seus comportamentos realizam ações como: andar em superfície molhada; lavar banheiro, cozinha, lavandeira; subir no telhado para consertar alguma coisa, enfim, se colocar em uma situação de risco que possa ocasionar a queda”.
As consequências de uma queda podem resultar em danos mínimos ou até serem bem perigosas e graves, conforme explica a especialista: “O resultado de uma queda por ser uma simples escoriação ou fraturas e lesões que podem comprometer a independência da pessoa idosa pelas sequelas ou até mesmo por questões psicológicas como o medo e a insegurança”.
Dra. Ronny Roselly Domingos conclui ressaltando a importância da prevenção das quedas: “Portanto, quando falamos em prevenir quedas, estamos falando em corrigir o que é possível no organismo, no ambiente, e também analisar o comportamento desse idoso para avaliar se está se colocando em situação de risco de forma desnecessária. O envelhecimento seguro é sempre o melhor caminho. O envelhecimento com cuidado, com saúde, com independência e funcionalidade”.
Sobre a Dra. Ronny Roselly Domingos
Geriatra titulada pela SBGG, médica formada pela Uncisal, especialização em geriatria pela FMUSP, especialização em Cuidados Paliativos pelo Pallium Latinoamerica Oxford, Professora da Universidade aberta à terceira idade da Uncisal (UNCISATI) desde 2006 e professora do Centro Universitário CESMAC semiologia e geriatria.
Assessoria