Agronegócios
Secretaria de Agricultura capacita 250 pessoas em segurança dos alimentos na região de Bauru
Compartilhe:
O objetivo do projeto, que deve ser finalizado ainda em 2020, é analisar possíveis patógenos, parasitas e resíduos de defensivos agrícolas em alfaces produzidas na região, além de validar o processo de higienização das hortaliças na Cozinha Comunitária, que oferece refeições saudáveis e balanceadas à população em vulnerabilidade social.
Aliado à pesquisa, a equipe do projeto e colaboradores realizam capacitações com foco em Boas Práticas Agrícolas, Gestão da Produção e Boas Práticas de Manipulação. O projeto contou com aporte financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Nesses dois anos de projeto, foram capacitados cerca de 100 produtores rurais, 50 manipuladores (agroindústrias, escolas da rede pública e cozinhas comunitárias) e 100 técnicos da extensão rural, além de estudantes. Também foram treinados dois graduandos, um do curso de Agronomia e outro Farmácia.
“Ao todo, foram oferecidas 160 horas de capacitação, sendo que neste ano tivemos que adaptar esses cursos para o meio virtual. Contudo, conseguimos cumprir o que propõe o projeto, de levar conhecimento tanto para os produtores rurais, quanto para técnicos de extensão, que fazem a multiplicação dessas informações, como também para os manipuladores de alimentos, contribuindo bastante para a segurança alimentar do interior paulista”, afirma Maria Cecília de Arruda, pesquisadora da APTA.
Segundo Maria Cecília, o projeto tem possibilitado a transferência de conhecimentos e troca de experiências com extensionistas, pesquisadores e produtores rurais e a interação das ações de extensão e pesquisa em prol do pequeno produtor, além da busca da melhoria contínua em todo o processo produtivo da Cozinha Comunitária de Bauru.
Pesquisa
Com o trabalho desenvolvido pela APTA, as pessoas que consomem semanalmente as mil refeições servidas no espaço têm a garantia de estar ingerindo um prato seguro. Paralelamente, as 600 famílias que adquirem as hortaliças diretamente do produtor onde a pesquisa está sendo realizada também são beneficiados com a oferta de hortaliças seguras.
Para o desenvolvimento do projeto, a APTA coletou amostras de compostos orgânicos usados na produção de alface, da água utilizada na irrigação e lavagem das hortaliças, tanque de lavagem, caixas de colheita, mãos de manipuladores, utensílios e as hortaliças colhidas para o consumo, durante seis ciclos produtivos. A coleta das alfaces foi realizada desde a colheita até a finalização do processo de higienização na cozinha comunitária. “Com a pesquisa está sendo possível obter o diagnóstico e buscar melhorias no processo produtivo, visando à produção de hortaliças seguras”, afirma Maria Cecília.
A pesquisa foi desenvolvida com um produtor rural de olerícolas, com certificação orgânica, e na Cozinha Comunitária. Com o estudo foi possível fazer um monitoramento microbiológico e as Análises de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) na cadeia produtiva da alface orgânica, além da capacitação e conscientização dos produtores para implementação de Boas Práticas Agrícolas (BPA) e Boas Práticas de Manipulação (BPM), as quais contribuem para a garantia da segurança dos produtos.
A saudabilidade dos alimentos é um dos objetivos apresentados no macro programa Cidadania no Campo 2030, em que a Secretaria de Agricultura visa proporcionar ações de educação para toda a cadeia produtiva, visando a produção de alimentos seguros.
Os pesquisadores da APTA e os técnicos da CDRS também têm auxiliado os pequenos agricultores da região de Bauru a diversificarem a produção olerícola utilizando as Boas Práticas Agrícolas, principalmente no uso de composto orgânico maturado, uso adequado e racional de defensivos e fertilizantes, no controle da qualidade da água de irrigação e na adoção de Boas Práticas de Manuseio Pós-Colheita. “Também queremos auxiliar os agricultores na abertura de novos canais de comercialização”, diz a pesquisadora.