Saúde
Sangue no Sêmen: Principais causas e o que fazer
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Durante a ejaculação, alguns homens podem ter uma desagradável surpresa: a presença de sangue no sêmen. É preciso estar atento a essa manifestação do organismo, que é mais preocupante em homens mais maduros, com idade acima dos 40 anos. Os mais jovens, por sua vez, não precisam se preocupar tanto: normalmente o sintoma desaparece em poucos dias.
De todo modo, como acontece na presença de quaisquer sintomas atípicos persistentes no corpo, um urologista deve ser consultado para a devida orientação profissional e a automedicação nunca deve ser considerada.
O que pode significar sangue no sêmen
Ainda que seja um sintoma visualmente alarmante, a presença de sangue no sêmen (hematospermia) costuma ter motivos simples e, em boa parte dos casos, aparece por conta de leves contusões ou processos inflamatórios. Há outros casos em que o sangramento advém por conta de procedimentos médicos mais invasivos, como biópsias, ou pela contaminação sexual. Também há relatos de casos de tumores que se apresentaram inicialmente com esses pequenos sangramentos.
Pancadas na região genital
O órgão genital masculino é conhecido pela sua sensibilidade. Alguns traumas, ainda que não sejam percebidos no momento da contusão, podem gerar alguns sintomas tardios. São fundamentais a higiene e o cuidado diário com o pênis, para tentar observar sintomas que possivelmente advém dessas lesões. É a origem mais comum de esperma com sangue nos homens mais jovens, quando as hipóteses de doenças mais complexas são inicialmente descartadas.
Como proceder: já que são apenas uma resposta do corpo a uma luxação ocasional, é comum que o sangue desapareça completamente do sêmen após mais ou menos 72 horas, sem que seja necessária a intervenção por parte de um especialista.
Uso de anticoagulantes
Alguns medicamentos podem ocasionar efeitos colaterais. No caso da Varfarina e da Aspirina, compostos utilizados para evitar a coagulação, a presença de sangue no sêmen pode ser um desses efeitos. Isso porque os remédios citados proporcionam um aumento significativo da irrigação sanguínea nos vasos presentes no caminho percorrido pelo sêmen, provocando a saída deste sangue acumulado durante a ejaculação. A leitura da bula de qualquer medicamento é essencial para perceber os riscos de cada composto.
O que fazer: Deve-se consultar um especialista caso os sintomas persistam por mais de três dias para relatar o uso de todos os medicamentos ingeridos nas últimas semanas. O especialista realizará os exames necessários e substituirá a prescrição se necessário.
Ter feito biópsia da próstata
A biópsia da próstata é um procedimento realizado normalmente com anestesia local, em que um especialista retira um fragmento de tecido do órgão para que possa ser avaliado em laboratório. Por ser uma zona muito vascularizada, é possível que após o exame o paciente apresente episódios de sangramento, visto que podem ocorrer pequenos traumas por conta da entrada do equipamento.
Como proceder: no período de um mês após o exame, o sangramento no sêmen é um dos efeitos esperados, portanto os pacientes já podem ser alertados pelo médico desde a realização do procedimento. Se associados a outros sintomas, como dores e temperaturas elevadas, um médico deve ser consultado para averiguação.
Inflamações da próstata ou testículos
Há processos inflamatórios que podem aparecer em alguns locais do sistema reprodutor masculino. Causados por bactérias ou mesmo reflexo de outras doenças, essas inflamações têm como sintoma comum a presença de sangue nos fluidos eliminados pelo pênis, tanto na urina quanto no sêmen. No caso das inflamações, o sangramento normalmente vem acompanhado por outros sintomas, como dores locais e o aumento da temperatura corporal.
O que fazer: o homem deve consultar o médico em caso de sintomas persistentes de inflamação, para que possa ser feito o diagnóstico e o tratamento correto com medicamentos que combatam a proliferação de bactérias e auxiliem no controle das dores.
Hiperplasia prostática benigna
O aumento da próstata é um problema comum em homens de meia-idade. Após os 50 anos, quando há a presença de sangue no sêmen, esta é uma das possíveis origens a ser investigada, sendo necessário o acompanhamento por parte de um urologista. A hiperplasia da próstata vem acompanhada por outros sintomas, como incontinência urinária e dores locais. De uma forma geral, os homens com mais de 40 anos devem consultar um profissional periodicamente para realizar exames preventivos na próstata.
Como proceder: a profilaxia, neste caso, é a melhor aliada, portanto os homens em idade mais avançada devem fazer exames regulares a fim de evitar o surgimento dessas doenças. Caso não haja o acompanhamento prévio e o paciente apresente alguns dos sintomas descritos, deve imediatamente procurar um médico.
Doenças sexualmente transmissíveis
Para os homens que eventualmente realizaram relações sexuais sem preservativo, o sangue no sêmen também pode ser um sinal de contaminação. Isso porque algumas doenças sexualmente transmissíveis podem apresentar esse sintoma, como é o caso do herpes genital, da clamídia ou da gonorreia.
O que fazer: se o sintoma aparecer após uma relação sexual desprotegida, juntamente a outros, como secreções turvas, aumento da temperatura ou dores, será necessária a avaliação completa de um especialista.
Câncer
A última causa possível de sangramento no sêmen é também a mais rara: um tumor no sistema reprodutor masculino não é tão frequente, mas a presença de sangue pode ser um sintoma. O diagnóstico é realizado por um urologista, após uma série de exames.
O que fazer: os exames profiláticos são fundamentais para descobrir tumores ainda no início, sobretudo para homens com mais de 40 anos. É fundamental que as consultas eletivas sejam seguidas, pois assim os especialistas podem apresentar tratamentos mais eficientes.
A saber
1 – O homem não deve ficar alarmado com um primeiro episódio de sangramento. Deve sim, realizar uma consulta urológica e discutir o sintoma com o médico com total tranquilidade. Na maioria dos casos não é uma situação preocupante.
2 – Pode não acontecer novamente e ser apenas um único episódio. Normalmente, trata-se de uma condição autolimitada e benigna. No entanto, em casos extremos, é suscetível a se tornar um sintoma crônico.
3 – Geralmente afeta mais os pacientes jovens sexualmente ativos. Ejacular com muita frequência pode ser um motivo para o sangramento.
4 – A abstinência sexual também pode favorecer o aparecimento de hematospermia.
5 – Pacientes nascidos com um único rim são propensos a sangrar quando ejaculam, o que está muitas vezes associado a cistos nas vesículas seminais.
6 – Quando o fator desencadeante é externo, é muito comum que a origem seja de um trauma, um exame médico, como uma biópsia de próstata ou a tomada de medicação anticoagulante. As infecções bacterianas também são por vezes a origem do problema.
7 – Se o associarmos a doenças, a presença de sangue no sêmen está relacionada à hipertensão arterial, ao crescimento prostático benigno, à tuberculose genital ou ao câncer de próstata.
8 – O mais comum, em pacientes com mais de 60 anos, é sua ligação com a hiperplasia benigna da próstata.
9 – Se o problema persistir, é importante o paciente realizar um bom exame físico acompanhado por testes de laboratório como culturas, coagulação, teste de tuberculina, análise de sêmen, PSA, citologia da urina.
10 – É motivo de preocupação quando a hemospermia ocorre recorrentemente em fumantes acima de 50 anos. Neste caso, pode estar associado ao câncer de próstata e bexiga.
No entanto, como já referido, geralmente é um sintoma auto-limitante e não é grave.