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Rubéola: especialistas alertam para risco de retorno da doença
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A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) emitiu um alerta epidemiológico recentemente em relação ao risco de importação e reintrodução do vírus da rubéola — uma doença altamente contagiosa — na Região das Américas. Segundo o relatório, os últimos casos de rubéola no Brasil foram registrados em 2009. No entanto, em 2019, Argentina e Chile já apresentam casos confirmados da doença.
No ano de 2015, o Brasil recebeu a certificação da eliminação da circulação do vírus da Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita. Como intuito é manter o país livre da doença, o pedido é para que os Estados-Membros reforçem a vigilância e intensifiquem a vacinação para todas as crianças menores de 5 anos, assim como as populações em risco — sem prova de vacinação ou imunidade —, profissionais de saúde e pessoas que trabalham com turismo, transporte e viajantes.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha, o risco existe porque, desde 2015, o Brasil apresenta uma baixa cobertura vacinal. “Isso tem elevado a preocupação com as doenças consideradas erradicadas. Se não melhorarmos as coberturas vacinais, temos o risco de reintrodução dessas doenças. O sarampo é um exemplo. E além da Rubéola, também há riscos de retorno da Poliomielite”, explica.
Em 2018, segundo Juarez, tivemos 80% de cobertura vacinal na primeira dose da tríplice viral e menos ainda para a dose de reforço, apenas 75% — enquanto o ideal seria de, no mínimo, 95%. “As pessoas devem ter consciência de que a vacina protege individual e coletivamente”, diz. “Como são doenças eliminadas há mais de dez anos, elas têm uma ‘falsa segurança’, isto é, como não tiveram contato com essas doenças, acreditam que o risco não existe. Mas ele é real”, completa.
SAIBA MAIS SOBRE A RUBÉOLA
As principais formas de contagio da rubéola são pelo contato com a tosse, espirro ou saliva de pessoas infectadas. Os sintomas são febre, dor de cabeça e erupções avermelhadas na pele. Para chegar a um diagnóstico, é fundamental a realização de exames. A vacina que protege contra a doença é a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola). Ela é aplicada gratuitamente aos 12 meses e o reforço com 1 anos e 3 meses.
“A forma de transmissão da rubéola é parecida com a do sarampo, mas os sintomas são mais leves. Em geral, a rubéola tem uma evolução benigna. A complicação mais grave é a rubéola congênita, quando a mãe contrai o vírus ainda na gravidez, pois pode levar a consequências graves para o bebê — como surdez e problemas neurológicos”, explica Juarez. “Por isso, a recomendação é para que todas as pessoas de 1 a 29 anos que não tiverem o registro das duas doses, busquem um posto de saúde. Já quem tem entre 30 e 49 anos precisam ter o registro de pelo menos uma dose”, finaliza.