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Rondônia tem menor número de casos de corona do país, por estar sempre um passo à frente da doença – Por Sérgio Pires
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Não é de graça que os números de pessoas contaminadas com o corona vírus em Rondônia continuam sendo baixos, a tal ponto de sermos, proporcionalmente, o Estado brasileiro onde há o menor número de registros positivos da Covid 19. A verdade é que, desde o final do ano passado, quando a doença ainda sequer tinha chegado ao estágio de risco que se conhece hoje, já havia movimentação aqui, na área da saúde, preocupando as autoridades sobre o que estava por vir. Em janeiro, antes que fosse registrado o primeiro caso no país, Rondônia começava a encomendar respiradores e iniciava o planejamento para ampliar os leitos de UTI.
Antes do primeiro caso em Rondônia, o governador Marcos Rocha decretou estado de emergência. Depois da confirmação da chegada do vírus, com a primeira notificação, Rocha fez o primeiro decreto de calamidade pública. Ou seja, Rondônia sempre esteve um passo à frente da grande maioria de outras regiões brasileiras, antevendo a gravidade que a situação poderia atingir. O secretário Fernando Máximo, antes mesmo da doença chegar ao país com alguma força, já andava pela mídia, em todos os níveis, dando entrevistas e orientando a população para começar um isolamento quando poucos falavam nisso, Brasil afora.
Foi ele também que, muito antes de outras regiões do país, orientava as pessoas a não trocarem contatos físicos, de não apertar mãos, de não se aglomerar. Sempre um passo à frente. Hoje, temos apenas 28 casos registrados. Desses oito já foram curados e nessa sexta, pelo menos mais dois deixarão a quarentena e estão bem de saúde. Dois idosos morreram, o que é lamentável, mas ambos tinha doenças anteriores com algum nível de gravidade.
Em compensação, uma vovó de 70 anos, uma das primeiras a serem contaminadas, sobreviveu após rápida internação e está com a saúde considerada ótima para sua idade. Ela é de Porto Velho, onde 23 dos casos foram registrados.
Os pacientes de Rondônia também estão sendo tratados com cloroquina, igualmente comprada pela Sesau, antes que sumisse do mercado. O tratamento está sendo aplicado em pessoas que já tiveram a contaminação confirmada e, hoje, existe medicamento já disponível para pelo menos mais 300 casos. Em breve, a Secretaria de Saúde terá, no total, mais de 5 mil pílulas de cloroquina, para ser aplicada, caso necessário. Até agora, nenhum dos 60 leitos de UTI já disponíveis estão ocupados. Não há um só caso de internação em Rondônia. Por enquanto, graças a ações rápidas, antecipadas, sempre um passo à frente da doença, Rondônia tem sido um exemplo ao país, a ponto de ser elogiada pelo próprio ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta e de parte da grande mídia nacional. Tomara que continuemos assim até que a crise passe…
Temos casos em números que ainda não assustam, em Rondônia, porque até agora foram registrados oficialmente apenas 28 pessoas coma doença. Mas a segunda morte oficialmente confirmada, mesmo que de dois anciãos, ambos dentro do principal grupo de risco, são sim fatores preocupantes e que apontam para que os cuidados de prevenção precisam ser mantidos. A notícia chegou num dia em que o Lacen de Rondônia fez 44 testes de casos suspeitos, com apenas um deles, o do taxista morto, com resultado positivo. Há outras boas notícias. Nenhum paciente contaminado está internado. Todos cumprem quarentena em casa. Outra: 742 casos suspeitos já foram descartados. Apenas 18 casos, ainda na fase da suspeita, não foram analisados pelo Lacen. Estamos bem, comparados a outros Estados. Mas precisamos continuar nos cuidando.
Já fazia muito tempo que o presidente da Assembleia, Laerte Gomes, não fazia críticas ao governo, ainda mais com a dureza que o fez na última terça-feira, quando bateu duro no DER. Laerte começou criticando o fato do órgão não estar atendendo pedidos da empresa aérea Azul, para resolver problemas no aeroporto de Ji-Paraná. Caso nada seja feito, a cidade ficará sem os voos da empresa. Pior ainda foi o peso das palavras contra o fato do órgão não ter ainda projetos para recuperação das rodovias estaduais destruídas. Fez ainda uma ironia sobre assessores do governo que têm sido substituídos: “esse governo, não entendo. Quando o cara é bom, eles tiram!”. Criticou ainda o fato das rodovias estaduais estarem abandonadas. “Tudo tem limite!”, comentou Laerte ao dizer que o coronel Meireles, diretor geral do Dnit “tem que começar a trabalhar de verdade ou pedir para sair”!. O tom da crítica, muito forte, surpreendeu pela irritação de Laerte, que, ao menos até agora, tem sido um parceiro importante do Governo Marcos Rocha.
No Rio Grande do Sul, de pouco mais de uma centena de presos soltos por decisão da Justiça, por causa dos riscos do corona vírus na cadeia, aproveitaram muito bem a saída da cadeia. Em torno de 20 por cento deles voltaram a roubar. Dezenas deram endereços falsos, que nunca haviam sido checados antes da soltura. Mais de 50 autorizações de prisão domiciliar foram cassadas pelo Judiciário, já que todos faziam parte de organizações criminosas e foram soltos antes de que essa informação chegasse aos juízes. Um pouco mais ou um pouco menos, o número de bandidos beneficiados com soltura provisória, que deveriam ficar dentro de suas casas, simplesmente somem e voltam a atacar. Pobre da sociedade brasileira, à mercê de leis desse tipo, que facilitam a vida de criminosos e dificultam a nossa, vítimas deles. Até quando facínoras cumprindo pena terão tantos direitos, em detrimento dos direitos daqueles que trabalham, lutam no dia a dia, pagam seus impostos e morrem todos os dias, por decisões como essas, que facilitam a vida desses marginais? Um dia, certamente, isso vai acabar. Ou vamos acabar nós, como povo e como país…
Se algum dos seus familiares for atingido pelo corona e você tiver que decidir, autorizaria ou não o uso da cloroquina para tentar combater a doença, mesmo sabendo que há riscos de efeitos colaterais?