Saúde
Rinite alérgica: sintomas, causas e tratamentos eficazes
Compartilhe:
O que é Rinite alérgica?
A rinite alérgica é uma inflamação das mucosas do nariz, caracterizada pela reação imunológica do corpo a partículas inaladas que são consideradas estranhas (chamadas de alérgenos). Os principais sintomas são obstrução nasal, coriza, espirros e coceira no nariz.
O nariz é a porta de entrada para inspirarmos o ar e substâncias carregadas por ele, e tem a função de filtrar as impurezas, além de umidificar e aquecer o ar que vai chegar aos pulmões.
O indivíduo alérgico tem uma reação exagerada aos alérgenos. Seu sistema imunológico reage de forma intensa como tentativa de defesa do organismo.
Sabemos que existe um componente genético nas alergias. Quando ambos os pais tem rinite, a chance de os filhos terem o problema chega a 50%. Quando a pessoa que carrega essa predisposição em contato com um alérgeno, passa a ser reativa a ele e não mais tolerar o contato. Essa reação em geral acontece nos primeiros anos de vida, mas pode ser mais tardia.
Causas
O que provoca rinite alérgica?
Várias substâncias presentes no meio ambiente são alergênicas, mas predominam a poeira, o pólen e alguns alimentos.
Poeira
A poeira doméstica é a principal responsável pela rinite em São Paulo e em boa parte do Brasil. Esta poeira tem vários componentes, como restos de pelos de animais, descamação da pele humana e de animais e restos de insetos, bactérias, fungos e ácaros.
A alergia alimentar é menos frequente e, em geral, dá outros sintomas além da rinite, como na pele e no sistema gastrointestinal. Embora qualquer alimento possa causar uma reação alérgica, os mais implicados são leite de vaca, ovo, soja, trigo, peixe e crustáceos.
Os ácaros são micro-organismos que se adaptam muito bem ao ambiente domiciliar e proliferam com facilidade em temperatura ambiente e locais úmidos. O ácaro mais implicado na rinite alérgica é o Dermatophagoides spp. Seu nome deriva do fato de se alimentar de material orgânico da pele do homem e de animais e fungos.
Por essa razão, os ácaros se acumulam em colchões e estofados. As proteínas existentes no corpo e nas fezes dos ácaros são extremamente alergênicas a pessoas predispostas à rinite. Os sintomas podem aparecer durante todo o ano.
Pólen
O contato com pólen é outra causa de rinite alérgica, que ocorre em geral na primavera e no início do outono, quando o pólen transportado pelo ar se encontra em níveis maiores. No Brasil, esta rinite sazonal é mais comum na região Sul.
Alergia alimentar
A alergia alimentar é menos frequente e, em geral, resulta em outros sintomas além da rinite, como na pele e no sistema gastrointestinal.
Embora qualquer alimento possa causar uma reação alérgica, os mais implicados são leite de vaca, ovo, soja, trigo, peixe e crustáceos.
Sintomas
Alguns sintomas da rinite alérgica surgem logo após entrar em contato com o alérgeno. Os principais sintomas da crise de rinite alérgica são:
- Irritação no nariz, na boca, nos olhos, na garganta, na pele ou em qualquer outra região
- Problemas com odores
- Coriza
- Espirros
- Lacrimejamento nos olhos.
Alguns sintomas da rinite alérgica se apresentam ao longo de horas:
- Congestão nasal
- Tosse
- Diminuição da audição e diminuição do olfato
- Dor de garganta
- Olheiras
- Olhos inchados
- Fadiga e irritabilidade
- Cefaleia
Diagnóstico
O relato dos sintomas que a pessoa sente é muito importante para diagnosticar a rinite alérgica. Algumas informações como a época do ano em que pessoa manifesta os sintomas ou se ela identifica alguma substância que desencadeie as crises auxiliam o médico.
Um hemograma completo também pode ajudar a revelar alergias.
Fatores de risco
Pessoas que apresentam outras doenças alérgicas, como asma, eczema (dermatite) e a conjuntivite alérgica, carregam um maior risco para rinite de origem alérgica.
Outros fatores de risco para rinite alérgica incluem:
- Possuir familiares com histórico de alergias
- Frequentar locais mal ensolarados e mal ventilados
- Poluição do ar
Influência genética
Quando ambos os pais tem rinite, a chance de os filhos terem o problema chega a 50%. Quando a pessoa que carrega essa predisposição em contato com um alérgeno, passa a ser reativa a ele e não mais tolerar o contato. Essa reação em geral acontece nos primeiros anos de vida, mas pode ser mais tardia.
Exames
Teste de alergias
O teste de alergias pode revelar os alérgenos que desencadeiam os sintomas. O teste feito na pele é o método mais comum e mais eficaz para testar e identificar as alergias.
Exames de sangue
Se você não puder realizar o teste cutâneo (por exemplo, por apresentar uma reação alérgica grave), exames de sangue especiais poderão ajudar no diagnóstico.
Exames de sangue podem medir os níveis de substâncias específicas relacionadas a alergias, principalmente a imonuglobulina E (IgE), anticorpo produzido pelo organismo contra os alérgenos.
Um hemograma completo também pode ajudar a revelar alergias.
Na consulta médica
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
- Lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
- Histórico médico, incluindo outras condições e medicamentos ou suplementos que tome com regularidade
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
- Você tem alergia a alguma coisa?
- Você faz uso de medicamentos antialérgicos?
- Quais são seus sintomas?
- Quando seus sintomas surgiram?
- Os sintomas são ocasionais ou frequentes?
- Você teve contato recente com poeira domiciliar, pólen ou algum alimento específico?
Buscando ajuda médica
Marque uma consulta médica caso você manifeste sintomas persistentes de rinite. Testes alérgicos podem ser necessários para definir o tratamento. O tratamento melhora a respiração nasal, evita crises de rinite e infecções como sinusite e otite.
Os especialistas mais indicados para consultar em caso de rinite alérgica são:
- Imunologista
- Alergologista
- Otorrinolaringologista
- Clínico geral
Tratamento
Como tratar rinite alérgica?
O tratamento dos pacientes portadores de rinite alérgica é composto por três pilares principais: higiene ambiental, medicamentos e imunoterapia.
Higiene ambiental
A forma mais simples de se prevenir crises de rinite alérgica é evitando o contato com a substância que desencadeia os sintomas. Isso nem sempre é tão fácil.
Carpetes, cortinas, tapetes e bichos de pelucia podem armazenar poeira e ácaros, e não devem fazer parte do quarto. Os ambientes da casa devem estar sempre bem ventilados e ensolarados.
De preferência, a limpeza deve ser feita com pano úmido. Também devem ser evitados produtos de limpeza, tintas, perfumes, fumaça do cigarro e inseticidas.
Medicamentos
Anti-histamínicos (antialérgicos), descongestionantes nasais e corticosteroides são os medicamentos mais usados para tratar uma crise rinite alérgica.
Medicamentos à base de corticosteroides aplicados no nariz são prescritos para tratamento a longo prazo, e tem o objetivo de melhorar a respiração nasal e evitar ou amenizar as crises.
Como todo medicamento pode apresentar efeitos colaterais e a dose varia individualmente, procure o médico para indicar o tratamento correto.
Imunoterapia (vacina para rinite)
Vacinas antialérgicas também são uma opção para casos em que não houve melhora com as medicações e uma alternativa para casos em que não se pode evitar contato com o alérgeno.
Ela está indicada se o teste cutâneo ou sanguíneo comprovar o alérgeno.
Nesse tratamento, são aplicadas em injeções ou gotas sublinguais com quantidades controladas da substância para que o organismo deixe de ser hiper-reativo a ela.
O objetivo é que, no passar do tempo, as crises se reduzam e a pessoa consiga até suspender as medicações.
Medicamentos
Os medicamentos mais usados para o tratamento de rinite alérgica são:
- Androcortil
- Allegra
- Allegra Pediátrico
- Asmofen
- Avamys
- Betametasona
- Betatrinta
- Broncho-Vaxom
- Busonid
- Celestone
- Cetirizina
- Celestamine
- Celerg
- Celergin
- Clobutinol + Succinato de Doxilamina
- Cetoprofeno
- Claritin
- Claritin D
- Decadron
- Decongex
- Decongex Plus
- Desalex
- Desloratadina
- Dexametasona
- Dexclorfeniramina
- Diprospan
- Duoflam
- Ebastel
- Fumarato de Cetotifeno
- Fluviral
- Fumarato de Cetotifeno (xarope)
- Histadin D
- Hixizine
- Koide D
- Loratadina
- Loratadina + Pseudoefedrina
- Loratamed
- Maleato de Dexclorfeniramina (gotas)
- Maleato de Dexclorfeniramina + Sulfato de Pseudoefedrina + Guaifenesina
- Multigrip
- Nasonex
- Neosoro
- Omnaris
- Prednisolona
- Polaramine
- Prednisona
- Maleato de dexclorfeniramina (solução)
Atenção: somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique.
Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Tem cura?
A grande maioria dos sintomas da rinite alérgica pode ser tratada. Algumas pessoas (principalmente crianças) podem se livrar de uma alergia quando ficam mais velhas, porque o sistema imunológico se torna menos sensível ao alérgeno.
Entretanto, no geral, depois que uma substância desencadeia uma reação alérgica, ela pode continuar afetando a pessoa a longo prazo.
Prevenção
Como evitar crises de rinite
Muitas vezes, os sintomas podem ser prevenidos evitando o contato com os alérgenos conhecidos. Esta é, na verdade, a única forma efetivamente comprovada contra as crises de rinite alérgica.
Saiba mais: Rinite alérgica pode ser prevenida com medidas simples
Convivendo (Prognóstico)
Evitar o contato com alérgenos e os cuidados com a limpeza do ambiente são métodos mais fáceis e eficientes para se prevenir das crises de rinite alérgica.
Não interrompa o tratamento, a não ser que o especialista o oriente neste sentido.
Siga à risca as orientações médicas para tratamento contra rinite alérgica. Não interrompa o tratamento – a não ser que o especialista o oriente neste sentido.
Complicações possíveis
Rinite alérgica pode levar a outros problemas de saúde, como:
Referências
Ministério da Saúde
Academia Brasileira de Rinologia
Sociedade Brasileira de Pediatria
Samanta Dall’Agnese, otorrinolaringologista (CRM 137576-SP)
Fonte: Minha Vida