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Retorno de aulas para zona ribeirinha de Porto Velho deve ser atrasado por falta de transporte


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Após cerca de cinco anos sem frequentar a escola regularmente, alunos da Zona Ribeirinha de Porto Velho não devem voltar às aulas no dia 6 de fevereiro, junto com outros alunos da rede estadual. A informação foi confirmada ao Ministério Público de Rondônia (MP-RO), pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc), durante reunião realizada nesta terça-feira (17).

Há aproximadamente um mês, o Estado fez um acordo na Justiça e se comprometeu a regularizar o fornecimento do transporte escolar fluvial em Porto Velho em um prazo de no máximo 60 dias.

O problema afeta as comunidades ribeirinhas há anos e causa revolta entre os pais. Na comunidade de Terra Firme, por exemplo, os alunos não pisam nas salas de aula há mais de três anos.

“A nossa realidade aqui é que as crianças, os adolescentes já estão perdendo o gosto de estudar. Muitos já desistiram. Isso é revoltante para os pais porque às vezes a gente não consegue ter um controle sobre essa situação. Três anos sem entrar numa sala de aula: isso é revoltante”, lamenta a representante da comunidade, Maria de Fátima.

 

Além de Terra Firme, várias outras comunidades ribeirinhas dependem do transporte escolar fluvial. De acordo com o Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), cerca de 800 alunos do Baixo e Médio Madeira, na zona ribeirinha da Capital, são afetados.

Estudantes que dependem do transporte escolar fluvial em Porto Velho  — Foto: Pedro Bentes/Arquivo g1

Estudantes que dependem do transporte escolar fluvial em Porto Velho — Foto: Pedro Bentes/Arquivo g1

Além da falta de transporte, os alunos também ficaram afastados da sala de aula por conta da pandemia. No entanto, mais de um ano depois do retorno das aulas presenciais, os alunos ainda não estão frequentando as salas de aula e dependem de ensino remoto, mesmo que muitos não tenham acesso a tecnologia ou a auxílio no ensino.

Os últimos anos foram marcados por protestos por parte dos pais, ações e acordos na Justiça e reuniões entre MP-RO, Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO) e responsáveis. A responsabilidade que antes era da Prefeitura de Porto Velho passou para o Estado, mas até o momento o problema não foi definitivamente resolvido.

O que diz a Seduc?

 

Durante a reunião realizada nesta terça, a Seduc informou que comprou 78 embarcações que pertenciam à antiga empresa que prestava o serviço de transporte. Os barcos tinham sido apreendidos pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-14). A pasta informou ainda que está tomando as “providências necessárias” para que o serviço volte a funcionar.

A Seduc também explicou que abriu chamamentos para contratação emergencial de duas empresas: uma para gerenciar o serviço de transporte e outra para manutenção das embarcações

Sobre os prejuízos à educação dos alunos, a pasta informou que “está concluindo um projeto de recuperação” junto a Secretaria Municipal de Educação (Semed), já que a rede municipal também depende do transporte fluvial.

g1 entrou em contato com a Seduc para saber se há previsão para retorno das aulas presenciais para a zona ribeirinha, mas até a última atualização desta reportagem, não obteve retorno.

https://g1.globo.com

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