Mato Grosso
Relatório aponta 80 casos de mortalidade infantil de indígenas e 2 assassinatos de índios em MT em 2018
Compartilhe:
Mato Grosso registrou dois assassinatos de indígenas e 80 casos de mortalidade infantil de índios em 2018. Os dados foram publicados nessa terça-feira (24) pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
Com base na Lei de Acesso à Informação, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) obteve da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), dados relativos aos óbitos de crianças indígenas com idades entre 0 e 5 anos, em 2018, nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs)
Aldeia Halataikwa em Mato Grosso — Foto: Cristiano Antonucci/Secom-MT
Foram registrados 8 casos na DSEI de Cuiabá, 3 na DSEI de Kaiapó do Mato Grosso, 4 na de Vilhena, 40 na DSEI Xavante e 5 no Xingu.
Segundo a Sesai, “os dados informados são preliminares, pois ainda estamos em processos diferentes nos Distritos – seja de captação, alimentação, qualificação e/ou tratamento dos dados. Ainda, é possível observar a existência de subnotificação em algumas localidades e faixas etárias específicas”.
Índia de 9 anos morreu em Querência e polícia abriu investigação por homicídio — Foto: Polícia Civil de Mato Grosso/Divulgação
Os dados da Sesai evidenciam que a mortalidade na infância indígena é bastante grave e pode ser caracterizada como genocídio em algumas regiões do Brasil.
Assassinatos
O relatório aponta que em 2018 dois indígenas foram assassinados no estado: um professor indígena e uma criança de apenas 9 anos.
O professor indígena da etnia Tapirapé, que estava desaparecido há cerca de 12 dias foi encontrado morto no dia 29 de janeiro do ano passado.
Daniel Kabixana, de 38 anos, havia saído da Aldeia Urubu Branco, onde mora com a família, para fazer um depósito bancário em Confresa, a 1.160 km de Cuiabá.
Daniel Kabixana, de 38 anos, foi assassinado em 2018 — Foto: Demilson Ferraz/ Arquivo pessoal
Dois homens de e um adolescente foram detidos pelo assassinato e apontaram o local onde o corpo foi deixado. De acordo com a Polícia Civil, os três confessaram o crime e disseram que assassinaram o indígena a pedradas.
Em depoimento, eles disseram que o objetivo era roubar a motocicleta de Daniel e o dinheiro que ele carregava.
Já o caso da criança, de 9 anos, foi registrado em dezembro. Ela morreu após supostamente ter sido agredida com pancadas na cabeça na Aldeia Khikhatxi, em Querência, a 912 km de Cuiabá.
Aldeia Halataikwa em Mato Grosso — Foto: Cristiano Antonucci/Secom-MT
A criança foi identificada como Ngaimberi Tapaiuna Suya. A menina tinha paralisia cerebral e sofria de epilepsia. Ela morreu durante o deslocamento da casa dela até o hospital municipal de Querência. Supostamente a menina foi agredida com um socador de pilão.