Mato Grosso
Reassentamento: Artesanato com fibra de bananeira é tema de curso para os moradores
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Flores, vasos, caixas e até acessórios como bijuterias podem ser produzidos com a matéria-prima
Mais uma opção de renda para as famílias que foram remanejadas do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) 12 de Outubro para o Reassentamento Rural Coletivo (RRC) da Sinop Energia, em Sinop. No último final de semana, a Concessionária da Usina Hidrelétrica Sinop, em parceria com a professora Maria do Socorro Cruz, realizou capacitação em produção de peças artesanais que utiliza como matéria-prima a fibra de bananeira. O encontro aconteceu na sede do reassentamento e integra um conjunto de atividades desenvolvidas pela Assistência Técnica, Social e Ambiental (Ates), por meio da empresa parceira Accordi de Filippo.
Capa, seda, renda, fios e filé. Os nomes caracterizam as diferentes partes da fibra retiradas do caule, manualmente, pelos artesãos. Após essa etapa, os materiais são tratados para serem preservados e depois utilizados nas produções, como explica a pequena agricultora dona Silvani Terezinha. “O processo é muito simples, com uma faca de cozinha cortamos o tronco da bananeira e com a ajuda das mãos vamos desfolhando e retirando a fibra em camadas finas. Tudo se aproveita!”
Flores, vasos, caixas e até acessórios, como bijuterias, podem ser produzidos com a matéria-prima retirada da bananeira. De acordo com a criatividade de quem manuseia, a variedade é grande, em se tratando da produção. Segundo Maria Madalena Pereira, ministrar o curso para às famílias do RRC chamou sua atenção pelo comprometimento do grupo. “Eles almejam um objetivo. Ninguém está aqui para brincadeira. Lá na frente eles, com certeza, vão ver o resultado! E nós trabalhamos em cima de resultados”, repassou a artesã que trabalha com fibra em geral há mais de 25 anos.
A professora Maria do Socotto, que foi conferir o trabalho, repassou que o objetivo da parceria é fomentar o tempo livre, principalmente das mulheres assentadas. “As mudanças causam muita estranheza. Eu vejo como um recomeço! Uma oportunidade de tirar essas famílias da mesmice. Essa parceria vai mostrar para elas que cada dia é diferente. Não podemos nascer, crescer e continuar do mesmo jeito”, repassou.
Madalena completou repassando que parcerias como a da Sinop Energia com a professora são muito importantes para a região. “Achei bacana a oportunidade que o Empreendimento está oferecendo para essas famílias. Tanto um como o outro tem esse comprometimento em um projeto de geração de renda que vai melhorar a vida dessas pessoas. Faço artesanato porque é uma forma de geração de renda, contribuímos, também, com a natureza e é sustentável”, finalizou.
Assistência Técnica, Social e Ambiental para as famílias
Com o objetivo de facilitar a adaptação à nova moradia, desde março deste ano, a Sinop Energia vem desenvolvendo projetos de geração de renda, com as famílias do RRC. A assistência será no período de um ano. Além do curso de artesanato com a fibra de bananeira, outras capacitações já foram realizadas, sendo elas: Administração de Pequenas Empresas; Gerenciamento de Propriedades Rurais; Dias de Campo em Olericultura e Qualidade do Leite; e Fabricação de Biomassa de Banana Verde.
De acordo com a coordenadora de Assuntos Fundiários da Sinop Energia, Viviane Béghin, os benefícios vão além da assistência técnica, social e ambiental. “As famílias remanejadas também recebem uma verba de um salário mínimo, pelo período de um ano, para utilizarem da forma que acharem pertinente, recursos no valor de R$ 15 mil para implantação de seu projeto de geração de renda individual, elaborado pela Sinop Energia em conjunto com as famílias, assim como uma verba de R$ 250 mil para implantação de um projeto de geração de renda coletivo. Além disto, será dado continuidade ao monitoramento da qualidade de vida das famílias, com o objetivo de avaliar as condições socioeconômicas no processo de adaptação à nova moradia”.