Saúde
Radiodermite: Uma reação do organismo à radioterapia
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O que é radiodermite?
A radiodermite, ou radiodermatite, corresponde a reações cutâneas decorrentes de radioterapia e é um dos efeitos secundários mais comuns dessa forma de tratamento. A radioterapia é um método terapêutico que consiste na emissão de um feixe de radiações ionizantes, usado para destruir certos tipos de tumores cancerosos.
Essas reações dependem da dose de radiação empregada, da área do corpo em que é aplicada, do equipamento e da técnica utilizados. Devido aos avanços tecnológicos recentes, suas reações colaterais diminuíram bastante e atualmente muitos pacientes não têm nenhum efeito colateral, inclusive a radiodermite. No entanto, se ela ocorrer, haverá um significativo impacto negativo na vida do paciente.
Quais são as causas da radiodermite?
A alterações cutâneas são um efeito adverso significativo da radioterapia. As repercussões cutâneas da radioterapia variam consideravelmente em gravidade, curso e prognóstico, dependendo da dosagem das aplicações da radiação, da região corporal em que é aplicada e da preparação prévia da pele.
Quais são as principais características clínicas da radiodermite?
As alterações cutâneas na radioterapia são classificadas como agudas ou crônicas. Reações agudas podem ter sequelas graves que afetam a qualidade de vida e o tratamento do câncer. A radioterapia pode tornar a pele vermelha ou mais escura na área de tratamento e muito dolorida, como uma queimadura solar, e pode descascar e empolar na área de tratamento.
Essas reações de pele normalmente se acalmam em duas a quatro semanas após o término do tratamento. Se as áreas de tratamento apresentarem essas reações com muita intensidade, o médico pode adiar a radioterapia por algum tempo para que a pele possa se recuperar.
Como o médico diagnostica a radiodermite?
O diagnóstico da radiodermite é feito pelo histórico médico, os sintomas alegados pelo paciente e o exame físico direto. Não há exames de sangue ou de imagens que sejam alterados de modo especifico. Um exame microscópico da pele poderia mostrar alterações muito parecidas às das queimaduras pelo sol.
Como proteger a pele em casos de radioterapia?
Cuidados especiais devem ser adotados apenas em relação à área de tratamento ou à área do local de saída do feixe de radiação. O restante da pele deve continuar a ser tratada normalmente.
Lave a área afetada delicadamente todos os dias com sabonete suave e não perfumado e água morna ou fria. Seque a pele com uma toalha macia, sem esfregar, porque isso pode causar dor. Não use cremes ou curativos na área de tratamento, a menos que eles sejam prescritos pelo especialista ou radiologista que assiste o paciente. Também, não use talco porque ele pode conter pequenas partículas de metal que podem piorar a dor após a radioterapia, nem fita adesiva ou curativos na área de tratamento que podem danificá-la ainda mais.
Outras dicas de cuidados com a pele ao lavar e barbear incluem não esfregar a área com muita força, não usar perfume, sabonetes perfumados ou loções na área, não usar desodorante que contenha qualquer metal, usar sabão ou líquidos para bebês, usar um aparador elétrico e não raspar a área a ser tratada.
Como o médico trata a radiodermite?
As reações cutâneas agudas são tratadas de acordo com sua gravidade. Os tratamentos são semelhantes àqueles usados na prevenção, mas incorporam o tratamento de cuidados de feridas que mantém um ambiente úmido para acelerar a recuperação.
As alterações crônicas são um subconjunto único de reações adversas à radioterapia que podem se desenvolver meses ou anos após o tratamento. A dermatite por radiação crônica é frequentemente permanente, progressiva e potencialmente irreversível, com impacto substancial na qualidade de vida. Para que o paciente se sinta mais confortável, deve usar roupas folgadas, feitas de fibras naturais, evitar o uso de colares e/ou gravatas apertadas e evitar alças de ombro e sutiã ou outras vestes.
Como evolui a radiodermite?
A pele se recupera por re-epitelização (formação de novas camadas de pele), que começa em torno de uma semana depois de interrompida a radioterapia e se completa em 30 dias, em média. As radiodermites mais graves podem ter uma recuperação mais demorada. As hipercromias (manchas escuras) podem levar até seis meses para desaparecer.
Como prevenir a radiodermite?
A melhor prevenção de reações dermatológicas é a aplicação de uma dose adequada de radiação e a preparação adequada da pele. A maioria das medidas atualmente disponíveis para prevenir essas reações agudas são a higiene adequada da pele e os esteroides tópicos, que limitam a gravidade e diminuem os sintomas.