Mato Grosso
Produtores rurais criam projeto para retardar assoreamento do Rio Taquari
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Produtores rurais criaram um projeto para retardar o assoreamento do Rio Taquari, que possui a nascente em Alto Taquari, a 509 km de Cuiabá. Segundo o Instituto Taquari Vivo, o objetivo é intensificar a preservação ambiental e retirar sedimentos do rio em dez anos.
O Rio Taquari sofre com o assoreamento das margens e do leito. O projeto quer retardar esse processo com a construção de terraços nas fazendas.
De acordo com o produtor Gilberto Pedro da Silva, em períodos chuvosos, era comum o rio subir até o nível da propriedade dele, o que gerava muitos sedimentos.
“A propriedade tinha quatro hectares. Nós tínhamos uma equipe com cinco pessoas, que trabalhavam produzindo legumes e verduras, mas como a água foi diminuindo, tivemos que parar aos poucos”, disse.
Segundo o instituto, o principal problema do rio são os sedimentos que caem no leito, criando bancos de areia, que possibilitam caminhar no meio do rio.
Segundo os pesquisadores, os sedimentos criam bancos de areia no leito do rio — Foto: TV Centro América
O extensionista rural da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Oscar Serrou Camy, explica que, na propriedade do Gilberto, foi feita uma barragem de contensão para evitar que as enxurradas atinjam a parte superior da fazenda.
“A expectativa é que ela segure essa água e deixe de provocar os danos abaixo da barragem”, explicou.
Com os córregos cada vez mais baixos, o Rio Taquari sente os efeitos da seca severa.
Segundo o diretor executivo do Instituto Taquari Vivo, Renato Roscoe, onde o rio era pra ter muita água, o que se destaca são os bancos de areia que se formaram e se tornaram comuns ao longo do rio.
“Na seca, é quase impossível a navegação aqui porque o rio está muito prejudicado”, disse.
Ele ainda conta que mesmo quando o nível do rio está alto ainda é comum conseguir caminhar até o meio do rio, devido ao baixo volume de água.
Rio Taquari tem a nascente em Mato Grosso e percorre Mato Grosso do Sul — Foto: TV Centro América
Ainda de acordo com Roscoe, nos últimos anos, a pecuária foi perdendo a sua capacidade de investimento e entrou em um processo de degradação
“Nós focamos nossas atividades em ajudar o produtor rural, o pecuarista, a recuperar suas áreas porque se a gente fizer isso e proteger as matas ciliares, nós vamos reduzir a entrada de sedimentos no rio”, explicou.
A expectativa dos pesquisadores é que, com as ações, que estão sendo feitas nas propriedades rurais, o nível de água dele volte a subir.
Uma das ações desenvolvidas junto aos produtores são as contenções de terra, construídas nas pastagens. O projeto tem como principal atividade a pecuária de corte e tem como objetivo preservar o meio ambiente enquanto aumenta a produtividade da fazenda.
O pecuarista, Éderson Machado Braga, explica a forma que isso pode implicar na alimentação do gado.
“Como o pasto vai ficar mais úmido, o capim vai reagir mais rápido. Além do gado comer um pasto melhor, o a umidade durará por bastante tempo”, disse.
G1