Produção manual de artesanato é destaque no terceiro dia da Portoagro

Entre os itens mais cobiçados no estande dela estão tiaras, lápis e crochê. Tudo é feito à mão pela artesã, que coleta materiais como garrafas, CDs e potes plásticos nas ruas.

“As garrafas eu vejo na rua e saio catando. É como uma terapia. Realmente gosto do que faço”, contou.

O gosto pelo artesanato é esboçado pela autônoma com largo sorriso. Há 23 anos na área, ela conta que, até hoje, é contrariada pela família por causa da profissão. “Ninguém nunca gostou, nem mesmo meus filhos. Mas continuei trabalhando no artesanato mesmo assim”, disse, orgulhosa.

Na Portoagro, Francisca produz parte os objetos reciclados na hora. Apenas na manhã desta sexta, a artesã confeccionou cerca de 15 tiaras infantis. Os mais trabalhosos são os objetos de pelúcia, que ela deixa para fazer em casa. “São muitos detalhes para se lembrar, para olhar e seguir”, explicou.

Os preços dos produtos da artesã são variados. Entre R$ 5 e R$ 45, Francisca consegue arrecadar cerca de R$ 1 mil mensais. Por falta de oportunidade, já que ela estudou até a quarta série, viu no ramo uma forma de complementar a renda.

“Comecei aos oito anos nisso. Morava no Baixo Madeira e brincava de artesanato com barro. Foi quando uma vizinha me ensinou a fazer crochê e me apaixonei. Depois, investi em cursos para aprimorar a técnica”, contou.

Além do estande montado na Portoagro, Francisca disponibiliza os produtos artesanais na Feira do Sol, em um dos galpões da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM). Os artesanatos feitos por ela podem ser conferidos até o fim da feira, que é voltada ao agronegócio.

A feira é uma realização da Prefeitura de Porto Velho e da Subsecretaria de Agricultura e Abastecimento (Semagric). Anteriormente realizada no Parque dos Tanques, a feira agora está sendo feita na BR-364, km 5,5, sentido Cuiabá.

• A feira é aberta ao público
• Os estandes funcionam de 9h às 22h
• A organização espera 30 mil visitantes