Agronegócios
Produção de açúcar segue em alta no Norte e Nordeste até final de dezembro
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A safra de cana-de-açúcar no Norte e Nordeste já atingiu dois terços do processamento esperado para a temporada 2023-2024, que deverá ser encerrada em abril. Até o final da segunda quinzena de dezembro do ano passado, a moagem registrou alta de 6,9%, com a produção de 42,62 milhões de toneladas. A fabricação de açúcar, somando 2,3 milhões de toneladas, cresceu 13,6% em comparação aos números verificados em igual data da safra anterior.
Dados compilados pela Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio) reafirmam a tendência de crescimento na produção de açúcar observada nos últimos relatórios quinzenais da entidade. Segundo Renato Cunha, presidente-executivo da NovaBio que congrega 35 usinas e destilarias de etanol em 11 estados brasileiros, a alta na fabricação do produto se deve à valorização da commodity no mercado internacional, conjuntamente com o desestímulo na competitividade do etanol diante da gasolina no mercado interno nacional.
Cunha, também presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado de Pernambuco (Sindaçucar/PE), acrescenta que deve ocorrer prorrogação da safra atual para além do mês de março em algumas usinas. O motivo é o atraso na colheita 2022-2023 decorrente de eventos climáticos, o que está provocando um retardamento na atual safra.
Em relação à produção total de etanol (anidro e hidratado), o volume alcançou 1,72 bilhão de litros. “Apesar de uma redução de 4% no anidro, que apresentou uma produção de 869,9 milhões de litros se comparado aos 906 milhões de litros verificados no mesmo período da moagem passada, a fabricação total do biocombustível elevou-se em 2,6%”, pondera Cunha. Isso porque até 31 de dezembro, para o produto hidratado houve crescimento de 10,4%. Foram produzidos 852,5 milhões de litros ante 772,5 milhões de litros em comparação ao ciclo 2022-2023.
Até a segunda quinzena de dezembro, o estoque físico de etanol anidro somado ao hidratado cresceu 25,09%. Chegou a 419,19 milhões de litros, armazenamento superior aos 335,12 milhões de litros da safra 2022-2023. Considerando somente o estoque de etanol anidro, ou seja, o biocombustível destinado exclusivamente para a mistura na gasolina, o aumento foi ainda maior, de 46,14%.
“Esse é o maior sintoma da atual política de competitividade: continua sacrificando as vendas, e as do anidro em relação à gasolina são muito evidentes. Isto só seria resolvido caso houvesse regras de estímulo para formação de estoques aos combustíveis limpos e verdes”, alerta o presidente da NovaBio.