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Rondônia

Primeiro mês de 2023 apresenta queda de mais de 80% no número de desmatamentos em Rondônia


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O acumulado de alertas de desmatamento em janeiro de 2023 em Rondônia foi de 13,88 km², em um comparativo com o mesmo período de 2022, houve uma queda de 88,05%. No ano passado, o índice chegou a 116,23 km² no mesmo mês. Os números são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e foram divulgados nesta sexta-feira (10).

Outro ponto que o levantamento mostrou, referente ao período em destaque, foi a mudança nas primeiras posições do ranking das cidades com maior número de desmate.

Em 2022, a capital Porto Velho ocupava o primeiro lugar, com 55,98 km² de destruição, já neste ano, essa posição é ocupada por Costa Marques, município do interior do estado de Rondônia, com 2,31 km² de desmate.

Na tabela abaixo, é possível ver os 10 municípios do estado com maior área de desmatamento. Na primeira coluna dos dados são de 2022. Na segunda área, são referentes a este ano:

Comparativos dos 10 municípios com maior área de desmatamento 2022 e 2023

 

Lugar cidades km² cidades km²
2022 2023
Porto Velho 55,98 km² Costa Marques 2,31 km²
Candeias do Jamari 12,75 km² Cujubim 2,16 km²
Nova Mamoré 6,44 km² Guajará-mirim 1,96 km²
Alto Paraíso 4,89 km² Pimenta Bueno 1,09 km²
Cujubim 4,38 km² Vilhena 1,03 km²
São Francisco do Guaporé 4,04 km² Pimenteiras do Oeste 0,88 km²
Costa Marques 3,77 km² Machadinho do Oeste 0,86 km²
Buritis 2,82 km² Alto Alegre do Parecis 0,45 km²
Cacaulândia 2,18 km² São Miguel do Guaporé 0,43 km²
10º Machadinho do Oeste 2,18 km² Candeiras do Jamari 0,42 km²

O que dizem os especialistas?

 

Rede Amazônica conversou com especialistas nas áreas de meio ambiente para entender os dados do Inpe.

A taxa de alertas de desmatamento na Amazônia Legal registrada em janeiro deste ano só ficou acima das marcas de 2017, 2019 e 2021. Quando os índices não passaram de 140 quilômetros quadrados. Segundo especialistas, a notícia gera um alívio, mas ainda é cedo para tratar como tendência de redução na perda de floresta.

“A gente ainda precisa esperar os próximos meses, esperar mais informações deste ano para saber se estamos diante do início de uma tendência consolidada, efetiva, sustentada de redução do desmatamento ou se esse pode ter sido algum episódio específico, embora seja um dado positivo”, comentou Beto Mesquita, diretor de Florestas e Políticas Públicas BVRio.

 

Para Ane Alencar, diretora de ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), esse é um dado de alerta de desmatamento, não é o dado consolidado de desmatamento.

“[O consolidado] flutua, varia um pouco de um mês para o outro, principalmente nesses primeiros meses quando tem muitas nuvens, mas a gente já pode entender que de fato essa redução aponta um caminho novo”, diz.

Imagem aérea feita na terça-feira, 16 de agosto de 2022 mostra área de desmatamento — Foto: Ana Kézia Gomes/g1 RO

Imagem aérea feita na terça-feira, 16 de agosto de 2022 mostra área de desmatamento — Foto: Ana Kézia Gomes/g1 RO

O Observatório do Clima lista o que é preciso ser feito a partir de agora para que a tendência de queda nos alertas de desmatamento seja mantida.

“O governo vai ter que aumentar as suas operações de campo, o governo vai ter que aumentar o orçamento pra agências de fiscalização realmente poderem atuar, a cooperação com as polícias militares dos estados para darem suporte a essas operações é amplamente importante, a retomada da inteligência das pesquisas pra saber quem tá desmatando e porque, colocar essas pessoas pra pagarem pelos crimes que cometeram”, comentou Márcio Astrini, secretário Executivo Observatório do Clima.

Ele também afirmou que “tudo isso deve ganhar nos próximos meses mais corpo e aí sim com os números decrescendo se pode dizer que tem uma reversão da curva e uma tendência de diminuição muito grande”.

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