Agronegócios
Preços da soja continuam fortes no Brasil, mas semana começa com poucos novos negócios
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Início de semana equilibrado para o mercado da soja nesta segunda-feira (29). Na Bolsa de Chicago, os futuros da oleaginosa encerraram o dia com leves altas entre os principais contratos e, no Brasil, o dólar registra ligeira baixa depois das altas intensas da semana passada, mas se mantém acima dos R$ 5,40, ainda dando suporte às cotações no mercado nacional.
Assim, o dia foi, novamente, de poucos e pontuais negócios, com os sojicultores brasileiros já com elevados percentuais das safras atual e a próxima comercializadas, o que faz com que a postura agora seja mais cautelosa e de observação. Consultores e analistas de mercado afirmam que já há cerca de 40% da nova safra vendida, mais de 90% quando se trata da temporada 2019/20 e, assim, o momento é de calmaria.
“O mercado da soja deve mostrar menos negócios nos próximos dias porque há grandes chances de vermos calmaria nos mercados. Entraremos em julho e muitas apostas dão sinais de que o coronavírus possa perder forças neste novo mês e assim, a onda de alta do dólar pode perder força se isso realmente acontecer”, explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
Dessa forma, nesta segunda-feira, os preços da soja disponível permaneceram estáveis no porto de Paranaguá, com R$ 113,00; em Rio Grande, com R$ 112,00; e em Imbituba, com R$ 116,00 por saca. Para fevereiro de 2021, o indicativo teve alta de 0,48% para R$ 105,00 no terminal gaúcho e em Santos, queda de 1,89% para R$ 104,00.
No interior do Brasil, altas expressivas foram registradas em boa parte das praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas e chegaram a 4,04%, como foi o caso de Brasília/DF, para R$ 103,00, ou de 1,96% em Maracaju e Campo Grande/MS, para R$ 104,00 por saca. Os ganhos no interior mostram o mercado regionalizado, descolado do internacional e pagando melhor do que a exportação em algumas regiões produtoras.
“A semana que entra tende a ser calma e lenta de negócios. Essa é uma fase de transição”, complementa Brandalizze. “A exportação está perdendo um pouco de força e dando espaço para o mercado interno”.
MERCADO INTERNACIONAL
Na Bolsa de Chicago, os preços terminaram o dia com pouco mais de 1 ponto de alta, levando o julho a US$ 8,66 e o novembro, US$ 8,61 por bushel. E o momento no mercado internacional é de expectativa com a chegada de dois importantes relatórios do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta terça-feira, 30 de junho.
“No ano passado, nesta mesma época, os produtores acabavam de experenciar as piores condições de plantio da história moderna dos EUA, o que causou grande alvoroço sobre as estimativas de plantio de milho, na época, em 37,11 milhões de hectares (91,7 milhões de acres), o que não deverá ser repetido este ano, já que as condições foram quase ideais, permitindo ao USDA muita margem para seus levantamentos desta vez”, explica Todd Hultman, analista líder de grãos do portal norte-americano DTN The Progressive Farmer.
Sobre a área, para a soja, se espera algo entre 34,12 e 34,64 milhões de hectares, com média de 34,3 milhões. Há um ano, a área destinada à oleaginosa foi de 30,8 milhões de hectares apenas. Em março, no Prospective Planting, a área para a oleaginosa foi estimada em 33,8 milhões de hectares.
Os estoques trimestrais de soja em 1º de junho são esperados em 37,58 milhões de toneladas – média das expectativas, as quais variam entre 34,7 e 40,55 milhões de toneladas. Há um ano, esse número era de 48,53 milhões e em 1º de março de 2020, de 61,32 milhões de toneladas.
Paralelamente, os traders acompanham também as preocupações com o coronavírus, que pode trazer uma segunda onda de infecções e preocupa o mercado. Na China, quase meio milhão de pessoas foram isoladas perto de Pequim, como medida para tentar conter esse novo momento da doença.
Assim, as notícias são conhecidas, porém, o momento ainda é bastante ruim e preocupante, o que continua limitando as possibilidades de recuperação dos preços da soja – e demais commodities – uma vez que compromete ainda a recuperação, sobretudo, da economia global.
Fonte:
Notícias Agrícolas