Agronegócios
Preço do arroz registra quedas atípicas para período de entressafra
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A baixa foi acompanhada pelo indicador da Bolsa Brasileira de Mercadorias e também pelo indicador Esalq/Senar-RS, que já aponta a 12ª semana seguida de recuo nas cotações. No indicador da Bolsa, a queda pôde ser observada em todas as praças pesquisadas. Na última sexta-feira (14), por exemplo, o preço da saca de 50 quilos chega a aparecer abaixo do patamar de R$ 40,00 nos municípios de Dom Pedrito, Itaqui e Uruguaiana, todos no Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz do Brasil.
Em entrevista para o Canal do Boi, o corretor e orizicultor, Guilherme Gadret, da Expoente Agronegócios, localizada em Pelotas (RS), explicou que estas quedas nas cotações do arroz não são comuns nesta época do ano, período chamado de entressafra. “Houve uma oferta um pouco maior e não muito comum para o mês anterior (outubro) em função das prorrogações de custeio, vencimentos de EGF (Empréstimo do Governo Federal), e em função de produtores que deixaram para vender o produto no segundo semestre. Então, foi um mês de retração nas vendas e de um aumento de oferta”, explica.
No início do ano, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgou uma previsão de que o Brasil importaria 1 milhão de toneladas de arroz no ano de 2018, exportando o mesmo volume durante o período. Mas antes mesmo do ano acabar, os embarques de arroz brasileiro já ultrapassaram este volume. No mesmo período, as importações ficaram abaixo do que se previa. Um fato positivo, considerando que as importações de arroz são consideradas como um desafio para setor que, aqui no Brasil, precisa levar em conta o ICMS, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, o que acaba encarecendo o produto.
De acordo com o relatório de safra da Conab divulgado esta semana, a safra de arroz deverá ficar 6,6% menor na temporada 2018/2019. O volume a ser colhido do cereal pode chegar a 11,26 milhões de toneladas, considerando as lavouras de sequeiro e irrigadas. Neste mesmo relatório foi também corrigida a exportação para 1,4 milhões de toneladas na safra atual, maior do que vinha sendo projetado. O tabelamento do frete também impactou nos negócios, causando lentidão na comercialização do produto, da mesma forma que ocorre com outros produtos.