Acre
Policial federal depõe após bebê morrer ao tomar duas mamadeiras de leite no Acre
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Segundo denúncia, suposto pai e avó do bebê deram duas mamadeiras de leite artificial para menina, que passou mal e morreu no hospital. Caso ocorreu na sexta-feira (8), em Rio Branco.
O policial federal Dheymersonn Cavalcante foi conduzido à Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), no sábado (9), após a morte da suposta filha Maria Cecília, de apenas três meses de idade, em Rio Branco.
Segundo denúncia feita pela mãe da bebê à polícia, o policial e a mãe dele deram duas mamadeiras para ela que acabou passando mal e não resistiu.
A reportagem tentou contato com a mãe da criança, a enfermeira Micilene Souza, mas até a publicação desta reportagem não obteve resposta. Em sua rede social, Micilene postou uma foto ao lado da bebê em um caixão com a legenda: ‘Tiraram você de mim”.
A Polícia Federal afirmou que não iria se manifestar sobre o caso. Em denúncia feita à polícia, a mãe disse que o policial pediu que fosse feito um exame de DNA para comprovar a paternidade.
Ao G1, o delegado Martin Hessel, responsável pelas investigações, contou que recebeu a denúncia no sábado à tarde e logo iniciou as oitivas tanto do policial, como da mãe dele. Ele preferiu não dar detalhes dos depoimentos para não atrapalhar as investigações.
“A gente abriu a investigação e, embora tenha esse contexto todo do histórico da relação entre a mãe da criança e o suposto pai, é muito cedo para dizer se houve homicídio intencional. Mas, já ouvimos muitas pessoas e agora estamos aguardando os laudos. Os dois [pai e avó] foram conduzidos, mas não havia elementos suficientes para uma prisão em flagrante”, disse o delegado.
Conforme a polícia, a criança morreu após ter broncoaspiração. Segundo o delegado, a criança estava sob responsabilidade do pai e da avó quando ingeriu o leite artificial, se engasgou e o líquido passou para os pulmões.
“A partir daí é que a gente vai ter que trazer toda questão de provas para saber se foi homicídio ou não”, afirmou Hessel.
Ainda devem ser ouvidos os médicos e paramédicos do Samu que atenderam a ocorrência e os médicos que atenderam a criança no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco.
Caso ocorreu na sexta-feira (8), em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal
Denúncia
Na denúncia, a mãe relatou que teve um relacionamento com Cavalcante por um período de um mês na cidade de Marechal Thaumaturgo, no interior do estado, e que desse relacionamento nasceu a pequena Maria Cecília.
Segundo ela, o policial exigiu que fosse feito o DNA e pediu que ela fosse até a capital no último dia 4 de março para fazer o exame.
Ainda conforme o boletim de ocorrência, a mulher disse que o bebê nasceu de forma prematura e que precisava se alimentar apenas com 10 mililitros de leite. No dia da morte da criança, o policial e a mãe dele pediram para levar a pequena para casa para tirar umas fotos de família.
A avó da criança contou que teria alimentado e menina com as duas mamadeiras de leite artificial, segundo Micilene, mesmo sabendo que não poderia. Depois disso, a bebê passou mal e o pai teria acionado o Samu.
A mãe da criança afirmou que chegou a ligar várias vezes para o pai para saber como a menina estava e que ele se negou a passar informações. De acordo com ela, depois de um tempo foi que o pai pediu que ela fosse até o hospital e soube da morte da criança.