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Agronegócios

Piscicultura: Com tilápia, consumidor morre pela boca e setor vai para o sexto bilhão de faturamento


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O inverno está ficando para trás no Sudeste e Sul e o fim do período de consumo de pratos mais calóricos renova as expectativas da piscicultura. Mas não foi uma temporada das piores e os negócios até que fluíram bem. Na soma do ciclo que poderia ter sido muito ruim mas não foi e do mais quente que chega com a primavera e verão, o setor aguarda aproximadamente R$ 400 milhões a mais em faturamento em 2019.

Peixe de cultivo de água doce, frisa-se. É o universo da criação comercial, que faturou R$ 5,6 bilhões em 2018, onde a imigrante tilápia, natural da África, assumiu o posto de liderança no mercado de peixes de viveiros, com mais de 50% das mais de 2,722 milhões de toneladas que chegaram ao consumidor no ano passado, segundo a Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR). O tambaqui, nativo, vem atrás.

Junto ao movimento financeiro acreditado para 2019, o presidente da entidade, Francisco Medeiros, aguarda um volume geral entre 5% e 8% superiores, dando conta disso, claro, a tilápia, com 10% acima.

Essa jovem indústria do agronegócio, que começou no Noroeste do Paraná, hoje se espalhou para o Centro-Oeste, com a entrada de players que nem conheciam as espécies brasileiras, mas vieram para cá atrás da tilápia e do gap de mercado que existia entre a produção tradicional de pesca praticamente amadora e um apetite mais acentuado ao ritmo da modernização até de hábitos alimentícios.

Legislação e escala

Naturalmente que ainda não é barato, na relação do que sobra para uma segunda ou terceira refeições se comparado com um kg de bife até menos nobre, patinho, por exemplo. “Os negócios estão acontecendo em ritmo superior ao esperado, mas há claramente um balizamento de preços. Ou seja, a maior competitividade está levando à profissionalização da cadeia e consequentes negociações mais intensas entre fornecedores e clientes”, informa Medeiros.

O kg da Tilápia é negociado pelo produtor para a indústria na faixa dos R$ 4,20 a R$ 4,50. Já o Tambaqui de até 2 kg está entre R$ 4,80 e R$ 5,20. Outro sinal positivo é o estabelecimento de contratos de médio e até de longo prazo com a indústria, o que, de acordo com Medeiros, cria um canal de fornecimento mais seguro e regular, propiciando ao varejo um planejamento da oferta sem os sobressaltos que impactam nos preços.

A escala crescendo o cenário vai ser outro. Há projetos em várias barrancas de rios e, no Tocantins, o potencial exponencial é dos maiores. Paraná e São Paulo seguem liderando, na tilápia – ela aí de novo. Rondônia e Mato Grosso em peixes nativos.

O pulo do gato vai ser quando várias pendências em relação à outorga das águas de União forem sendo equacionadas. As águas são do ente federal mas a regulamentação ambiental é dos estados. Então, imagine-se desde já o emaranhado de legislações, burocracias e processos parados por anos. Há um tendência do governo federal ajeitar as coisas para melhor.

O presidente da Peixe BR fala em até quintuplicar a produção se todas outorgas fossem aprovadas. Mais peixe, menores preços.

E com a tilápia considerada de fácil manejo, alimentada por ração, mas que come de tudo – daí apelidada pejorativamente pelos ambientalistas de galinha dos rios, que teriam potencial poluidor e de espalharem bactérias na excreção -, o consumidor vai morrer pela boca neste país de doidos por carne vermelha, só abaixo dos argentinos.

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