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Piscicultura brasileira cresce 5,93% em um ano marcado pela pandemia


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Em um ano marcado por incertezas e desafios, a piscicultura brasileira teve desempenho positivo, com crescimento de 5,93%. A produção de peixes de cultivo totalizou 802.390 toneladas, contra 758.006 t de 2019, segundo a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR). Foi o segundo melhor desempenho desde 2014, quando a Peixe BR foi fundada e iniciou o levantamento da produção nacional.

O resultado de 2020 teve duas fases distintas. A pandemia prejudicou o comércio nas semanas anteriores à Semana Santa, o “Natal da piscicultura”. As vendas despencaram e causaram preocupação a diversos elos da cadeia produtiva. “Foi preciso refazer planos, ajustar custos e redobrar a atenção”, diz Francisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR.

Com a retomada de várias atividades, o segundo semestre de 2020 foi o melhor da piscicultura nos últimos anos. O consumo interno cresceu e o setor respondeu com maior oferta. Com isso, os preços aos produtores melhoraram e os elos da cadeia recuperaram os prejuízos da primeira parte do ano, fechando com resultado positivo.

O desempenho só não foi melhor devido à pressão dos custos, especialmente das matérias-primas para composição da ração. Em 2020, o dólar saltou cerca de 40%, o que também teve reflexos nas indústrias de nutrição animal. Mesmo assim, o aquecimento do mercado permitiu que a piscicultura suportasse as dificuldades.

A tilápia foi o destaque de 2020. A produção brasileira cresceu 12,5%, atingindo 486.155 toneladas, contra 432.149 t do ano anterior. Com esse desempenho, a espécie se consolidou ainda mais no cenário nacional. Sua participação na produção total de peixes de cultivo passou para 60, 6%, contra 57% em 2019.

Os peixes nativos continuam representando um segmento muito da piscicultura brasileira, mas teve sua participação reduzida. A produção de 278.671 t, em 2020, foi 3,2% menor que as 287.930 t do ano anterior (9.259 t a menos em um ano).

As outras espécies (carpa, truta e pangasius, principalmente) tiveram bom desempenho, com crescimento de 10,9%. Destaque para o pangasius, que ganha espaço na produção – especialmente na região Nordeste. Em 2020, essas espécies somaram 38.104 t contra 34.370 t de 2019.

 

Agroemdia

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