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Cuiabá-MT

‘Pior que balde de água fria, decreto do governo é bomba’, diz dono do Choppão


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Empresário Fernando Quaresma, dono do Choppão, que é o bar mais tradicional de Cuiabá, fundado em 1974, comparou o decreto de Mauro Mendes (DEM) a algo “pior que um balde de água fria, tal qual uma bomba nos bares e restaurantes”.

Segundo ele, que conversou com o Única News, na noite desta quinta-feira (4), a segunda onda da pandemia, com regras rígidas de barreira à Covid-19, impostas pelo decreto estadual, pode causar outra onda, só que de “quebradeiras” no setor.

“Ficamos parados muito tempo, com o isolamento social, ano passado, e estávamos remando contra a maré, caminhando a passos lentos, de formiga, mas ainda assim caminhando rumo à recuperação, acreditando que em dois anos – 2021 e 2022 – chegaríamos de novo ao equilíbrio. Gastando muito com as medidas de segurança, como luvas, uniformes, álcool em gel e placas, e sabendo que nada de errado poderia ocorrer, porque já estávamos muito frágeis, ainda com dívidas acumuladas, tendo que sacrificar empregos e agora vem esse decreto, que acabou de nos enterrar”, lamenta o empresário.

Bares e restaurantes estão obrigados a fechar às 19h, quer dizer, quando clientela começaria a chegar. Delivery é autorizado somente até 23h. Toque de recolher vai de 21h às 5h. Aos sábados e domingos, o limite para ficar aberto é meio dia, então não têm como servir almoço tão cedo assim.

O “mini-lockdown” é de 15 dias. Mas esse prazo pode ser estendido, se as estatísticas da doença não melhorarem.

 Delivery

Vendas online, na opinião dele, não salvam ninguém da “falência”, até porque muitos que não eram do setor, também por estarem desempregados ou em crise, pegaram o bonde nas vendas remotas. “Prostituíram o delivery”, reclama o empresário.

“Acontece também que o poder aquisitivo caiu muito, então as vendas on line também esfriaram”, observa.

Risco de fechamento

No cenário de aproximadamente 7 mil empreendimentos, de pequeno, médio e grande porte, existentes na Capital, Fernando garante que o clima de preocupação e tensão é uma realidade. O medo de fechar as portas e demitir ronda.

Além disso, lembra que na primeira fase da pandemia ainda tinham medidas trabalhistas, como a suspensão de contratos e o auxílio emergencial de R$ 600, que movimentava o mercado. Agora, não tem essa saída, de suspender contratos, e o novo auxílio deve ser bem menor, de R$ 250 ao mês, a questão ainda está m trâmite no Congresso Nacional.

Neste contexto, o risco de fechamento de bares e restaurantes é real. “A impressão que se tem é que vai sobrar só quem serve PF (prato feito) no calçadão”.

Por fim, o empresário reclama que o governador baixou o decreto de cima para baixo, sem conversar com o setor, e o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), com seu decreto, havia demonstrado mais “razoabilidade” e diálogo.

Unicanews

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