Economia
Petróleo fecha em alta com produção do Irã e da Venezuela no radar
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Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta quinta-feira, 7, à medida que os investidores monitoram a produção do Irã e da Venezuela, que se mostram em declínio, o que poderia ser favorável aos preços.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para julho fechou em alta de 1,89%, a US$ 65,95 por barril. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do Brent para agosto avançou 2,60%, a US$ 77,32.
Os preços do óleo vêm sofrendo pressão nas últimas sessões em meio a sinais de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados poderiam acelerar a produção antes do planejado, com alguns investidores ansiosos pela reunião do cartel em 22 de junho. Alguns analistas também temem que a oferta estável dos Estados Unidos possa limitar os ganhos futuros depois que o petróleo subiu para o maior nível em três anos e meio no fim de maio.
Ainda assim, os participantes do mercado estão debatendo se uma produção maior da Opep pode não ser suficiente para compensar os riscos para a produção na Venezuela e no Irã. Com isso, alguns esperam que os preços continuem oscilando até a próxima reunião da Opep.
“Os aumentos de oferta no Irã e as crescentes interrupções na Venezuela explicam o motivo pelo qual os preços se recuperaram rapidamente”, disseram analistas do Commerzbank. Diversas empresas petrolíferas europeias anunciaram a intenção de deixar de fazer negócios com o Irã como resultado de sanções iminentes a serem impostas por Washington.
O presidente dos EUA, Donald Trump, retirou o país do acordo nuclear internacional com o Irã, firmado em 2015, para conter o programa atômico de Teerã, preparando o cenário para a reimposição de sanções econômicas que devem frustrar as exportações de petróleo do país.
Ao mesmo tempo, as interrupções na oferta continuaram na Venezuela à medida que o país está atrasado nas remessas de petróleo para seus clientes em quase um mês. A reeleição do presidente Nicolás Maduro levou os EUA a ampliarem a proibição de americanos comprarem dívida venezuelana. Espera-se que a medida dificulte a obtenção de financiamento pelo país sul-americano para a indústria de petróleo que já enfrenta dificuldades.
A incerteza da oferta estende-se à Opep, uma vez que o cartel e mais dez países, incluindo a Rússia, têm retido a produção de petróleo em cerca de 1,8 milhão de barris por dia desde o início do ano passado.
O pacto expira no fim deste ano e sustentou os preços, aliviando um excesso de oferta global. Investidores esperam que a Opep tome a decisão de encerrar o acordo na reunião de 22 de junho, mas alguns analistas não têm certeza de qual será a nova decisão. “Se o teto de produção realmente for levantado, haverá uma pressão renovada sobre o Brent”, disse o analista Tamas Varga, da corretora PVM Oil Associates. Fonte: Dow Jones Newswires.