Saúde
Periodontite: o que é, sintomas, cura e tratamentos da doença
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Revisado por Julia Gabiroboertz Cardoso
- Dentista, especialista em Endodontia
- Profissional da “Clínicas Granado”
- CRO RJ 43046
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A periodontite é caracterizada por uma inflamação gengival, que já não está limitada à gengiva, como na gengivite, mas também afeta os tecidos de suporte dental — como ligamento periodontal e osso. Saiba mais:
Quais são suas causas?
A periodontite é uma evolução da gengivite. Mas somente o tártaro não é suficiente para desenvolver um quadro de periodontite mais grave. É necessário que bactérias específicas da periodontite estejam presentes e liberem toxinas específicas, aumentando a resposta inflamatória e levando à perda de sustentação.
Além disso, fatores como predisposição genética, diabetes e tabagismo podem determinar a progressão e a gravidade do quadro.
Periodontite crônica x agressiva
Ela pode se apresentar de duas formas:
Crônica
A periodontite crônica é a forma mais comum do problema. Nela, a destruição dos tecidos de suporte está relacionada com uma quantidade compatível de fatores locais, como tártaro acima ou abaixo da gengiva.
Esse tipo tem progressão lenta e possui períodos de exacerbação e remissão.
A periodontite crônica é classificada como local ou generalizada e pode estar relacionada com fatores sistêmicos, como diabetes, tabagismo, infecção por HIVou estresse, por exemplo.
Agressiva
A periodontite agressiva ocorre em pacientes saudáveis e sem comprometimento sistêmico quando os fatores locais (quantidade de placa e/ou tártaro) não condizem com o tamanho da destruição, visto que a progressão é muito rápida.
É estudada a possibilidade de um padrão de resposta imune diferenciado.
Este tipo pode ser dividido em localizado e generalizado.
O primeiro geralmente tem inicio entre 11 e 13 anos de idade, além de tendência familiar. A perda de sustentação ocorre normalmente nos primeiros molares e incisivos e um ou dois dentes além.
Já o segundo costuma ocorrer em pacientes com menos de 30 anos e há perda de sustentação em pelo menos 3 dentes que não sejam os primeiros molares e incisivos. A presença de placa e inflamação gengival pode ser maior que na localizada.
Ulcerativa necrosante
Tipo grave, que possui ação rápida e compromete o osso e ligamento alveolar. Presente nos casos de fumantes, portadores de HIV e consumidores frequentes de bebidas alcoólicas.
Fatores de risco
O principal fator de risco é o acúmulo de placa bacteriana nos dentes devido à falta de higiene adequada. Outras razões que também influenciam no desenvolvimento da doença são:
- Predisposição genética
- Fumo
- Diabetes
- Uso de determinados medicamentos, como antidepressivos
- Alterações hormonais
- Desnutrição
- Fatores psicossociais, como depressão e ansiedade
- Outras condições sistêmicas
- Desordens genéticas
Sintomas de periodontite
Como o problema pode estar associada à gengivite, podemos observar alguns sinais em comum. Veja os principais sintomas da periodontite:
- Sangramento gengival espontâneo na escovação, alimentação ou com o uso do fio dental
- Gengivas inchadas, brilhantes, avermelhadas e doloridas
- Mau hálito constante
- Presença de pus no espaço gengival próximo ao dente
- Dentes com mobilidade
“É importante lembrar que em diversos casos a periodontite pode aparecer de forma silenciosa e assintomática, sem nem ao menos ter sido precedida de um quadro de gengivite”, alerta a periodontista Priscyla de La Rocque, da Crie Odontologia.
Diagnóstico
O diagnóstico visa determinar o estado do dano da doença e suas causas. Ele normalmente engloba:
- Anamnese: consiste em uma conversa para saber a história prévia e atual do paciente e de seus familiares, além de há quanto tempo os sintomas surgiram e como começaram.
- Exame clínico: visa detectar a presença de características clínicas que demonstrem perda de inserção óssea.
- Radiografia: serve para avaliar o nível de perda óssea.
Qual profissional procurar?
É importante realizar consultas periódicas com cirurgião-dentista ou periodontista de confiança, para que seja verificada qualquer alteração no periodonto e indicado o melhor tratamento a ser realizado.
Quanto mais se segue a frequência recomendada pelo seu dentista, evita-se que o problema chegue em um nível de perda óssea exagerada e mobilidade dentária.
Periodontite tem cura?
A periodontite tem controle da progressão, por isso o tratamento consiste em acompanhamento frequente. Como muitas vezes, há fatores hereditários e ou sistêmicos envolvidos, assim não há cura, apenas controle.
Tratamento para periodontite
Raspagem periodontal
A raspagem para remoção de tártaro — placa bacteriana dental que endurece a superfície dos dentes — na superfície radicular é a principal abordagem para tratar o problema.
Ela pode ser acompanhada de cirurgias de acesso ou cirurgias regenerativas para recuperar o tecido periodontal, além da associação de medicações antimicrobianas.
O processo será necessário caso o tártaro esteja muito profundo. Nesse procedimento, as superfícies das raízes dos dentes são expostas para proporcionar uma melhor raspagem. Após a cirurgia, a gengiva é suturada para que cicatrize.
Controle de placa bacteriana
Além disso, o controle de placa bacteriana supra gengival — feito por evidenciação de placa bacteriana, profilaxias e orientações de higiene — é importante que o controle de placa seja continuado pelo paciente em casa e, com isso, o tratamento tenha efeito e o controle mantidos.
Terapia de suporte
Consiste em uma fase de manutenção, com consultas periódicas para acompanhar a resposta do paciente ao tratamento e realização de uma possível intervenção em tempo adequado, em caso de necessidade.
Medicamentos para periodontite
Durante o tratamento, podem ser administrados diferentes remédios para periodontite, caso seja necessário, para controle da infecção.
Complicações e riscos da doença periodontal
Além de levar à perda dos elementos dentários e, consequentemente, prejudicar a mastigação, fala e estética do sorriso, sabe-se que a doença periodontal está ligada aos seguintes riscos:
- Desenvolvimento de problemas de saúde, como dificuldade do controle sistêmico em pacientes com diabetes
- Complicações durante a gravidez, como parto prematuro
- Doenças cardíacas, como infarto do miocárdio e aterosclerose
- Outras doenças e infecções
Como prevenir?
“A melhor maneira de evitar o desenvolvimento da periodontite é manter uma boa higiene bucal diariamente, com escovação após as refeições, ao acordar e antes de dormir”, conclui Priscyla de La Rocque.
O uso do fio dental também é imprescindível para limpar as regiões nas quais a escova não alcança. Nos casos em que os dentes são separados, o uso de escovas interproximais é recomendado.
Consultas periódicas ao cirurgião-dentista são necessárias para controle e intervenção precoce, a fim de evitar a evolução da doença e suas complicações