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“Perigoso não é o morto no cemitério. Perigoso é quem está fora”, diz coveiro de Rio Branco


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O mais famoso dos coveiros do Acre, o tarauacaense José Marcos de Souza Mesquita (33), o Marcos Coveiro, que trabalha há quase sete anos no cemitério São João Batista, em Rio Branco, garante que se acostumou com a morte em seu dia a dia. “A morte deixa de ser morte e passa a ser um instrumento de trabalho do dia a dia do coveiro”, diz.

Acostumado com a vida diária entre sepulturas enterrando corpos, Marcos Coveiro garante: “Perigoso não é o morto que está deitado no cemitério. Perigoso é quem está fora”.

“Eu costumo falar que quem tá dentro não pode sair e quem tá fora não quer entrar. O que é perigoso é quem está lá fora. Às vezes os vândalos entram pra quebrar os túmulos, pra roubar os bronze, para usar droga. Já vi alunos fazendo sexo dentro do cemitério, o que pra mim é uma prática muito inadequada. Não é normal. É esquisito”, afirma.

Marcos Coveiro foi candidato a vereador em 2016 em Rio Branco e sua principal frase de campanha se baseava em seu ofício diário. “Vou enterrar a corrupção!”, era seu lema.

O famoso coveiro relata que jamais viu alma ou teve qualquer assombração onde trabalha, mas alguns de seus colegas sim.
“Muita gente que não trabalha no cemitério acha que tem coisa de outro mundo, alma dentro do cemitério. Existe o bem e existe o mal. Existe sim coisas de outro mundo. Coveiro já viu, vigia já viu computador teclando as teclas sozinho, vigia foi deitar pra descansar um pouco foi puxado o lençol de cima dele, pastor já viu o celular sendo arremessado três metros longe dele.”

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