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Performer cuiabano apresenta espetáculo ‘#nudes’ no Cine Teatro de Cuiabá
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O coreógrafo e performer cuiabano Lucas Koester volta à sua cidade natal na próxima segunda (10) e terça-feira (11), para apresentar seu espetáculo solo ‘#nudes’. A apresentação, que já rodou Teresina, Manaus, São Paulo, Rio de Janeiro e Rondonópolis, será finalmente ‘estreada’ na capital mato-grossense, visto que passou por aqui apenas em uma mostra de processos.
De acordo com a assessoria, a ideia surgiu a partir das “dobras que um diálogo com o que era proposto ao corpo começou a se permear; pele figurino, figurino pele”. Lucas está em cena com um aparelho celular, e ambos desenham um “movimento estacado, um movimento que quase não vai, enrijece registra tônus e contrações. É possível uma dança nua sem tirar a roupa? Quando a roupa se torna extensão da pele que texto se tece?”, questiona.
Lucas Koester é graduado em design de moda e compreende figurino como texto. Neste trabalho, elaborou o desenho inicial do figurino em parceria com o estúdio SUPERNOVA, de Luiz Pita e Joana de Resende. O artista assina seus trabalhos sempre como Lucas Koester & BRECHOCollectives a entender que mesmo quando dança só é atravessado de vários outros colaboradores que o auxiliam na construção de suas peças e com quem já trabalhou em outros processos, como BRECHÓ de 2011, Sobre Cenouras e Horizontes de 2012; F.O.M.O. de 2015 e também em trabalhos assinados por Luiz Marchetti como o os vídeo-performances – Para Dançar de Olhos abertos e para Dançar de Olhos Fechados no PAM (Panorama de Artes Mato-grossenses) e O Silêncio Orgânico das Flores, para o Setembro Freire de 2015.
“Pensar uma coreografia em que o movimento é construtor de imagens, pequenos stills, posturas-menções a outros nus clássicos, um exercício semi-voyeur caracterizado pela pouca luz, revela parte em vez do todo; como uma troca ao vivo de nudes em tempos de aplicativos. #NUDES é um desejo de dança pelada, uma dança ‘pelando’ uma dança de pele, de dentro pra fora, desvestida, descolando a pele. Seria uma selfie do self?”, questiona o artista.
Ruy Filho, curador responsável pelas ocupações do Centro da Terra (SP), complementa: “Vivemos tempos urgentes de desnudamentos. não o de expor o fora, a casaca, a pele, de limitar às formas, de ser a representação de um desejo ao outro. tempos fundamentais para encontrarmos o que permanece escondido às diversas vestes que nos vela. sejam tecidos, identidades, culturas, comportamentos, certezas… Lucas Koester minimiza os gestos e movimentos como que reencontrando-os a partir de sua interioridade. observa-os e deixa que surjam. o homem que dança solitariamente, portanto, é mais do que isso, expõe a si próprio frente a todos, faz surgir sem pressa a intimidade de seu corpo em transformações reais e sua potência de realidade ao contexto qual oferece identidade. E é pela luz que a traduz cênica desse gesto particular se valida plural. de forma gentil, apresenta o percurso com inteligência e eficiência simbólica. do pequeno celular ao teatro em si, em uma narrativa expansiva até ser a totalidade, ser ambiência mais do que ambiente. ao final, a sensação é caber a nós, espectadores, o próximo movimento. Lucas nos convida a seguir com o desnudamento, agora com a nossa nudez, como o nosso íntimo ao mundo. deixei o teatro com a sensação de haver sim um mundo que precisava ser urgentemente tomado, invadido. #nudes, em tempos como os atuais, desnuda, por fim, a urgência por nos percebermos sobretudo vivos, ainda que escondidos em nós mesmos”.
Cuiabá
O espetáculo será apresentado no Cine Teatro de Cuiabá, na próxima segunda (10) e terça-feira (11), com duas sessões por dia, sendo uma às 19h e outra às 20h30, na Sala Anderson Flores.
A temporada trabalha com a ideia de ingresso consciente, havendo um valor sugerido de R$10. Parte do valor vai para a manutenção do espaço, e parte vai para o artista.