Economia
Perdas de animais podem ser agravadas no final de semana em Mato Grosso
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Além de contabilizar prejuízos de cerca de R$ 70 por animal, em razão da diferença entre o custo de produção e a cotação média para cada quilo vivo do animal, os suinocultores de Mato Grosso começaram a reavaliar suas perdas, já que animais estão morrendo nas granjas por falta de ração. A greve dos caminhoneiros está agravando a crise do setor e deverá impor mais prejuízos no decorrer deste final de semana, caso o alimento siga escasso.
A Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) reiterou ontem as solicitações que vem fazendo ao movimento grevista para que liberem ao menos os carregamentos com farelo de soja e milho em grão, insumos transformados em ração, e que estão presos nos bloqueios. A falta de alimento pode acirrar a morte dos animais e essas perdas se tornarem em problema de sanidade nas granjas e ao redor delas.
Os criadores, como relata o presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Raulino Teixeira, a greve dos caminhoneiros iniciada na última segunda-feira, reflete duramente sobre o Estado. “Enfrentamos dificuldades com a falta de abastecimento e reposição de insumos, especialmente para a ração, e ainda, há represamento de suínos vivos que não podem deixar as granjas, situações que só aumentam as chances de mortalidade de animais, devido a subnutrição, levando à inanição”.
De acordo com Raulino Teixeira, a entidade entrou esta semana, com uma liminar na justiça pedindo ao Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de Mato Grosso (Sindicam/MT) liberação de caminhões com rações para os animais e transporte de suíno vivo.
“Com os bloqueios as granjas já estão sofrendo com o baixo estoque de grãos e consequentemente animais estão morrendo. E a continuidade das paralisações reflete em ainda mais riscos para a cadeia produtiva, que há quase um ano sofre com o baixo preço pago pelo quilo do suíno e que tem tornado a atividade inviável para produtores no estado. Atualmente, o quilo do suíno vendido pelo suinocultor tem preço médio de R$ 2,55, sendo que o ideal, só para cobrir os custos de produção este valor deveria estar em torno de R$ 3,30”, pontua.
Raulino ressalta ainda que apoia as motivações da paralisação, mas entende que o movimento deve preservar o fluxo dos alimentos e dos insumos para a produção. “É de conhecimento nacional a grave crise enfrentada pela cadeia produtiva, que há meses luta para preservar os postos de trabalho do setor”, afirma. Desse modo, impedir a continuidade da produção poderá gerar consequências graves para o Mato Grosso.
PRÓXIMOS DIAS – A Nutribrás Alimentos de Sorriso, um dos maiores frigoríficos de suínos do Estado, já informou em nota que paralisará suas atividades por três dias por conta da falta de insumos e combustível para manutenção das atividades. A empresa tem um plantel de 17 mil matrizes e capacidade de abate de até 3 mil suínos por dia.
O proprietário da suinobrás de Deciolândia e Diamantino e de farelo de soja em Nova Mutum e Rondonópolis, que não conseguem abastecer as granjas de Diamantino e Pedra Preta.
“Eu também entrei na justiça com um pedido de liminar, não somos contra a greve que busca o melhor para o Brasil, sabemos da importância dos caminhões em nossas vidas, porém somos contra a arbitrariedade de impedir o transito de suínos vivos e de alimentos para eles. Nossa granja em Diamantino, que possui cerca de 200.000 mil animais e produz quase 500 toneladas por dia, está há três dias sem conseguir abastecer os insumos. Infelizmente já apresentamos a mortalidade de quase 100 suínos por falta de alimento”, reforça Reinaldo. (MP)