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Pazuello altera previsão de novo e diz que Brasil terá, no fim de março, entre 25 e 28 milhões de doses de vacina


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O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta segunda-feira (8) que o Brasil deve ter até o fim de março entre 25 e 28 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19.

É o quarto prazo diferente dado pelo ministério ou pelo ministro. Em fevereiro, a previsão era ter 46 milhões de doses até o final de março; depois, a estimativa foi reduzida para 38 milhões de doses. No sábado, o número caiu para 30 milhões.

“Nosso objetivo é ter em março, próximo aí a 25 milhões, 28 milhões de doses já realmente entregues para que a gente cumpra o Plano Nacional de Imunização”, disse Pazuello nesta segunda, em cerimônia na Fiocruz.

Nesta segunda, Pazuello explicou os ajustes na previsão e afirmou que o laboratório Serum, da Índia, vem atrasando a entrega.

“Não foi entregue o quantitativo de IFA contratado para a produção de 15 milhões de doses em janeiro. Então a Astrazeneca nos forneceu a entrega de 12 milhões de doses prontas, que seriam do laboratório indiano Serum. E esse laboratório vem fazendo uma postergação da entrega. Então, até agora vieram quatro milhões – ainda faltam oito. Nessa negociação, vamos ter que fazer uma pressão política, diplomática e até pessoal nossa com a Astrazeneca cobre do Laboratório Serum, para que ele cumpra a entrega dos oito milhões que faltam”.

“Neste momento, a Índia, como país, dificultou o processo porque ela proibiu a exportação”, acrescentou.

“Vamos ter que fazer uma pressão política, diplomática e até pessoal nossa para que a Astrazeneca cobre do Laboratório Serum, para que ele cumpra a entrega dos oito milhões que faltam. Os país no mundo estão variando com suas posições diplomáticas e posições comerciais porque o troço ele realmente é instável”, disse o ministro.

“Então, é por isso que nós estamos falando de produção nacional, porque se nós não tivermos uma produção nacional como temos hoje no Butantan e na Fiocruz, nós não vamos ter condição de vacinar em massa o nosso país”.

Wellington Dias, governador do Piauí e representante do Fórum Nacional dos Governadores, afirmou que um novo calendário “de regras, segurança e eficiência” de vacinas está sendo elaborado com a Avnisa.

“Já está em andamento. Amanhã teremos uma nova agenda com a Fiocruz e a Anvisa. E temos esperança de liberar essa semana uma autorização, não mais uma autorização emergencial, mas um procedimento que permite o registro definitivo da AstraZeneca desse processo aqui na Fiocruz.”

Cronograma atualizado do Ministério da Saúde

 

Março

  • 3,8 milhões de doses da Astrazeneca/Oxford, produzidas pela Fiocruz.
  • 23 milhões e 300 mil doses da Coronavac/Sinovac, do Butantan
  • 2,9 milhões da Astrazeneca/Oxford, do consórcio Convax Faciliy, coordenado pela OMS.

 

Abril

  • 2 milhões de doses da Astrazeneca/Oxford importadas da Índia (Instituto Serum)
  • 30 milhões de doses Astrazeneca/Oxford nacionais, feitas com IFA importado
  • 15,7 milhões de doses da Coronavac/Sinovac do Butantan em abril
  • 6,1 milhões de doses da Astrazeneca/Oxford do consórcio Convax Faciliy, coordenado pela OMS.
  • Em negociação com a União Química, 400 mil doses da Sputinik do Instituto Gamaleya.

 

Resto do ano

 

  • Ainda no primeiro semestre, são esperadas 20 milhões de doses da Covaxin/Barat biotech, da Índia
  • Dois milhões de doses da Sputinik do Instituto Gamaleya em maio
  • No segundo semestre, entre julho e dezmebro, a prebvisão é 38 milhões de doses da vacina Janssen, braço da Jonhson e Jonhson no Brasil.
  • E no mesmo período, mais 13 milhões de doses da Moderna

Produção em larga escala

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou nesta segunda-feira (8) o início da produção em larga escala, em solo brasileiro, da vacina de Oxford/AstraZeneca. A informação foi antecipada pela colunista Mônica Bergamo, da “Folha de S.Paulo”.

O imunizante fabricado com insumos importados (IFAs) da China passou nos testes de estabilidade e de consistência. Com isso, devem ser entregues 3,8 milhões de doses ao Ministério da Saúde até o fim de março.

 

Também nesta segunda, o assessor especial do Ministério da Saúde, Airton Soligo, disse que até junho o Brasil deverá ter 14 milhões de doses de vacina da Pfizer.

“O que que o presidente da Pfizer garantiu ao presidente Bolsonaro hoje? A antecipação de 5 milhões do segundo semestre para maio e junho. Ou seja, dos nove milhões que nós tínhamos previstos, se incorporarão mais cinco milhões de doses, passando para 14 milhões”, disse o assessor especial da Saúde.

A Pfizer é a única vacina que, até o momento, possui o registro definitivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Lacração deu defeito

 

A primeira remessa dessas doses deveria ser distribuída nos próximos dias, mas foi adiada para pelo menos 24 de março. A Fiocruz explicou que o atraso foi por causa de uma falha técnica em uma máquina de lacre da embalagem.

Segundo a fundação, o defeito já foi solucionado na semana passada.

Pelo calendário ajustado, um total de 30 milhões de doses deve ser disponibilizado até abril, e 100 milhões até meados do ano. Elas serão usadas no Programa Nacional de Imunização (PNI), coordenado pelo governo federal.

‘Uma guerra’, diz vice

 

Nos testes, a Fiocruz analisa uma possível contaminação no frasco e se o volume preciso foi depositado corretamente em cada vidro.

Segundo a “Folha”, três produções seguidas e independentes têm que ser finalizadas. Caso haja qualquer falha em uma delas, a produção é abortada e tem de recomeçar do zero.

“Vários parâmetros têm que ser minuciosamente observados. Normalmente é necessário perder mesmo muito tempo com tudo isso. É uma guerra. Mas que foi finalizada”, disse à “Folha” Marco Krieger, vice-presidente de produção e inovação em saúde da Fiocruz.

O primeiro lote de um milhão, justamente o que passou nos testes principais, já pode, portanto, ser comercializado. E a fábrica deve entregar no total os 3,8 milhões de doses até o fim de março.

G1

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