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Agronegócios

Patamar do dólar pode anular alta dos preços da soja com possível volta chinesa às compras


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A valorização do real frente ao dólar tem alertado o mercado da soja quanto ao risco de ser anulada a retomada da demanda mais forte pela China, neste segundo semestre, com os ganhos que o movimento comprador possa trazer. A despeito de duas altas seguidas do dólar e mesmo novos ajustes para cima que venham a ocorrer (nesta quarta/17, ao redor as 14h38, perdia 0,26%, a R$ 3,76), a tendência é de queda ou estabilidade no patamar atual, ao menos pelo fundamento Brasil, com a aprovação da reforma previdenciária também em segundo turno na Câmara e cerca de dois meses depois no Senado.

Com o dólar a R$ 3,76/3,75, o produtor de soja já rompeu para baixo seu custo de produção, pelas contas de Marlos Correa, da InSoy Commoditires.  A maior parte dos insumos comprados para a safra futura, a ser plantada a partir de setembro, foi adquirido na faixa dos R$ 3,80/3,90.

“Em torno de 70% a 80% dos insumos, portanto, já foram rodados”, avalia Correa. Nessa estatística está o principal, o fertilizante.

E mesmo que as compras de insumos de agora em diante venham com preços em dólar mais amigáveis, o reflexo será para seis meses à frente ou mais.

Por enquanto, os exportadores estão recuados das vendas, enquanto aguardam – como também os chineses – um desenho mais definitivo da situação do plantio nos Estados Unidos, prejudicado pelas chuvas semanas atrás.

Mas a China terá que voltar às compras, acredita ele, e trará os preços para cima – nesta quarta, a soja em Chicago (CBOT) está pouco abaixo da linha d’água, após várias quedas fortes. Às 14h38, perdia 50 pontos, cotada a US$ 8,86 o bushel, quando o ideal de remuneração está de US$ 9,50 para cima.

Há também o compasso de espera a respeito das negociações comerciais sino-americanas, que Donald Trump ainda não enxerga uma resolução a curto prazo – conforme despachos de algumas agências – e que pode deslocar mais compras sobre o mercado produtor do Brasil.

Travas

Apesar do setor de soja ser dos mais profissionalizados, o analista da InSoy, de Cascavel (PR), não observa operações de hedge arbitradas entre mercado futuro e mercado de opções.

Algumas tradings fazem travas, se protegendo com a CBOT, mas é um “mercado muito preso ao físico, muito volumoso e muito aberto”. E é cercado de muitas variáveis.

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