Pará
Paraenses casados há 73 anos contam segredo para serem eternos namorados em tempos de isolamento
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Os paraenses aposentados Silvio e Tereza Ribeiro completaram 73 anos de casados na semana do Dia dos Namorados, em Belém. Ele, com 94 anos e ela, com 92, contaram ao G1 o segredo do amor em tempos de isolamento social: “Respeito e Paciência”.
Esse ano, as bodas não foram comemoradas com uma grande festa como a família gosta de fazer por causa do isolamento social e a celebração foi íntima, na casa onde moram com quatro das filhas e uma neta. Com o distanciamento dos amigos e passeios pela cidade suspensos, o casal está aproveitando mais tempo para ficar junto.
Silvio coloca música para ouvir junto com a amada, Tereza. — Foto: Arquivo pessoal
“Ela melhorou muito do Alzheimer depois do isolamento, está interagindo de maneira que não fazia mais, agora ela quer participar de tudo, por causa da companhia. O papai fica o dia inteiro do lado dela, ele gosta de música boa, fica ouvindo com ela o tempo todo”, conta a advogada Cydia Ribeiro, filha do casal.
Casal Silvio e Tereza em casa com a cadelinha Mel. — Foto: Arquivo pessoal
Apreciador de uma boa música, o técnico em radiologia aposentado, que sempre gostou de dar uma voltinha na rua para conversar com os amigos, dedica mais tempo ao romance. A filha conta que ele coloca música para ouvir ao lado da esposa, que é cadeirante.
“Namorei, casei e tô com ela até hoje. A conheci em 47 no bairro da Cremação. A beleza dela me chamou atenção, os pernões… Valeu a pena”, afirma Silvio.
Silvio conta ainda que o entrosamento entre o casal é fundamental para um casamento duradouro.
“O entrosamento entre o casal é importante, nem todo tempo são flores, tem momentos difíceis e é preciso uma conversa para dar solução, todo problema tem solução desde tratado com carinho. Respeito é o segredo, tendo respeito e mantendo relacionamento sem briga, vai muito longe”, garante o aposentado, que começou a namorar por cartas com a amada.
Silvio e Tereza se conheceram no bairro da Cremação, em Belém. — Foto: Arquivo pessoal
“Eu tinha um pai muito rígido, dos antigos. Então, eu comecei a trabalhar e não tinha muito tempo para namorar, tinha dia marcado para ele me visitar e o papai sempre chegava com alguma coisa pra eu fazer na cozinha e não o encontrar”, lembra a funcionária pública aposentada.
Com a visão baixa por causa de uma catarata, ela revela que gosta das músicas que o marido coloca para eles ouvirem. “Ele põe música o tempo todo, só gosta de música boa, de Frank Sinatra”, diz.
Silvio e Tereza nunca se separaram e estão casados há 73 anos. — Foto: Arquivo pessoal
Para ela, o segredo do relacionamento é a paciência. “Paciência e muita, toda paciência possível, sem a paciência nada se resolve. Quando ele se aborrecia com alguma coisa, deixava ele falar sozinho. Quando ele cansava de falar, desabafava, voltava tudo ao normal. Deixa falar… Fala sozinho e assim nós estamos”, conta Tereza, bem humorada.
Com paciência e respeito, Silvio e Tereza construíram uma grande família ao longo desses 73 anos: tiveram 9 filhos, 13 netos e 7 bisnetos.
Ela garante que o tempo não muda o sentimento, pelo contrário. “Continua o amor, não muda nada. Não foi prometido? Amo todos os filhos que temos, graças a Deus, amor nunca acaba, é eterno”, ressalta Tereza.
Parte dos filhos e netos de Silvio e Tereza reunindos em uma das comemorações familiares. — Foto: Arquivo pessoal