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Paciente contaminado com bactéria rara volta a ser internado na UTI em Cacoal, RO


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Um dos pacientes contaminados pela bactéria Clostridium botulinum, causadora da doença chamada “botulismo”, um homem, que já havia sido transferido para a enfermaria do Hospital Regional de Cacoal (RO), município a 480 quilômetros de Porto Velho na última segunda-feira (1º), voltou para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da mesma unidade hospitalar.

De acordo com a médica infectologista Lorena Tavares, não foi registrada piora no quadro clínico do paciente. O retorno a UTI foi necessário para dar um melhor suporte ao paciente, principalmente no atendimento fisioterapêutico.

“Esse paciente foi para a enfermaria. Ainda precisando do apoio do ventilador para respirar. Mas como na enfermaria não temos fisioterapeuta em vários horários do dia, achamos prudente retornar com ele à UTI. Não foi por uma piora clínica, mas sim por ter condições de receber melhores cuidados da equipe de forma integrada”, explicou Tavares.

Outro paciente de sexo masculino segue internado na enfermaria hospitalar. Já outras duas mulheres ainda estão internadas na UTI. Porém, elas apresentaram evolução positiva no quadro clínico. Os exames realizados nos pacientes já chegaram e o resultado deu positivo para botulismo.

Na última semana, uma paciente teve alta hospitalar. Cinco pessoas da mesma família foram diagnosticadas com botulismo em fevereiro, após um almoço. Para o diretor-geral do Hospital Regional, Júlio César Rocha, o rápido diagnóstico foi fundamental para a sobrevivência dos pacientes.

“A decisão médica da equipe de São Miguel do Guaporé que pensou no diagnóstico de botulismo. Encaminhou ao hospital de referência Heuro em Cacoal. Logo a equipe de Hospital Regional assumiram o diagnostico. O estado forneceu o soro antibotulínico e foi isso que ajudou. A agilidade e o trabalho em conjunto entre as equipes médicas salvou a vida dessa família”, destacou o diretor.

Apesar da melhora no quadro clínico dos pacientes, os médicos não deram previsão de alta.

Entenda o caso

Durante um almoço de domingo, oito pessoas de uma mesma família foram contaminadas pela bactéria Clostridium botulinum, causadora de uma doença denominada botulismo. A bactéria foi contraída depois de comerem uma maionese preparada com milho em conserva.

Cinco pacientes foram internados na UTI do Hospital Regional de Cacoal. Os outros três, sendo um adulto e duas crianças, permanecem em São Miguel do Guaporé, onde moram, já que não precisaram de internação.

Parte da família foi levada ao Heuro, em Cacoal.  — Foto: Magda Oliveira/G1

Parte da família foi levada ao Heuro, em Cacoal. — Foto: Magda Oliveira/G1

O setor de vigilância em saúde de Cacoal alerta que não foi confirmado surto de botulismo em Rondônia, mas sim em uma localidade restrita. A coordenadora de vigilância em saúde de Cacoal, Ivani Gromann, detalhou que botulismo é uma doença bacteriana rara e não contagiosa, mas é grave e pode ser fatal.

A bactéria rara pode entrar no organismo por meio de machucados ou pela ingestão de alimentos enlatados – preservados de forma inadequada.

“Horas após a pessoa ingerir o alimento contaminado, já começa a apresentar visão dupla e, em seguida, uma paralisia progressiva, que atinge boca, olhos e os principais órgãos. Se não tratada, pode levar ao óbito”, explicou Gromann.

Remédios foram enviados para Cacoal e outras unidades liberadas pelo Ministério da Saúde.  — Foto: Reprodução/TV Globo

Remédios foram enviados para Cacoal e outras unidades liberadas pelo Ministério da Saúde. — Foto: Reprodução/TV Globo

E foram esses os sintomas que os membros da família apresentaram logo após o almoço. Eles foram transferidos para Cacoal, onde foram medicados com o soro antibotulínico, que foi enviado ao município por meio de transporte aéreo de Brasília (DF) e Porto Velho.

Ivani explicou que a maioria das bactérias do botulismo está presente principalmente nos alimentos enlatados. Entretanto, não é possível confirmar ainda de qual alimento partiu a bactéria. A suspeita é de milho em conserva.

Sintomas do botulismo

Nesse tipo de botulismo alimentar, de acordo com a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), neurotoxinas atacam os nervos das pessoas, fazendo cair a musculatura da língua, da pálpebra e do céu da boca. Quando elas entram na corrente sanguínea, primeiramente se alojam em nervos cranianos.

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