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Operação põe fim a retirada ilegal de madeira em áreas indígenas em Aripuanã


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O Ibama identificou 22 pessoas envolvidas na exploração ilegal de ipê nas Terras Indígenas (TIs) Aripuanã, Roosevelt e Parque do Aripuanã, no Noroeste de Mato Grosso. O esquema foi descoberto durante operação realizada em conjunto com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Gerência de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil.

Durante as ações de fiscalização, realizadas em nove frentes de exploração ilegais, agentes ambientais apreenderam 13 caminhões, três pá-carregadeiras, quatro tratores adaptados para a retirada de árvores, dois tratores de esteira, dois reboques florestais, oito motos, 12 motosserras, seis armas de fogo e uma caminhonete. A madeira seguiria para serrarias de Espigão do Oeste (RO) e Aripuanã (MT).

Com a chegada das equipes, o grupo usou toras para obstruir ramais e tentar impedir a apreensão do maquinário.

O bloqueio das vias e o risco de conflito tornaram inviável a remoção dos equipamentos usados pelos infratores. Em razão disso, a maioria dos bens apreendidos foi inutilizada no local para garantir a interrupção das atividades e impedir o agravamento dos danos.

Nas áreas vistoriadas, foram encontrados mais de 2,5 mil metros cúbicos de madeira em toras, a maioria de ipê, equivalentes à carga de 150 caminhões toreiros.

A grande demanda pela espécie, associada ao alto valor de mercado, resultou praticamente no fim de estoques em áreas privadas e no aumento da pressão sobre terras indígenas e unidades de conservação para extração ilegal.

Cada metro cúbico de ipê em tora extraído legalmente de Planos de Manejo Florestal (PMFS) é vendido por cerca de R$ 850. A variação de preço ocorre em razão da qualidade da tora.

Após serrado e beneficiado, o metro cúbico da espécie é exportado por até R$ 9,5 mil, valor que pode variar de acordo com a cotação do dólar.

As terras indígenas exploradas pelo grupo são reservas naturais de ipê, espécie florestal amazônica de maior valor no mercado madeireiro.

Nos últimos três anos, representou 38,7% do volume de madeira exportado para os Estados Unidos e a Europa. Em valor, o ipê corresponde a 56% das exportações de produtos florestais, segundo dados do Sistema do Documento de Origem Florestal (DOF).

Nas TIs fiscalizadas, o metro cúbico do ipê extraído ilegalmente era negociado por menos de R$ 50. Um dos infratores flagrados no local revelou que pagava R$ 3 mil por mês a indígenas para ter acesso à área e realizar a exploração ilegal.

O ipê ilegal chega ao consumidor acobertado por créditos florestais virtuais procedentes principalmente de Planos de Manejo Florestais Sustentáveis (PMFS) fraudados.

Empresas de fachada são usadas para negociação de madeira ilegal e sonegação fiscal. Cada metro cúbico de crédito é comercializado ilicitamente por até R$ 800.

“A retirada de madeira de terras indígenas é uma usurpação do patrimônio natural. A extração ilegal prejudica empreendimentos do setor madeireiro que operam de acordo com a lei. Além dos crimes ambientais e da exploração dos povos indígenas, os criminosos praticam lavagem de dinheiro, sonegação de impostos e muitas vezes utilizam mão de obra em condições análogas à escravidão”, afirma a superintendente do Ibama em Mato Grosso, Lívia Martins.

As informações obtidas durante a investigação serão encaminhadas ao Ministério Público Federal (MPF) para apuração no âmbito criminal.

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